Policia

Pai de jovem morto no Planalto busca resposta para o crime

Thiago de Souza pode ter sido morto por engano no bairro Planalto


IPATINGA
– Em clima de muita revolta, o corpo de Thiago de Souza Araújo, de 18 anos, assassinado a tiros, foi sepultado na tarde desta terça-feira (26) no Cemitério Parque Senhora da Paz. Familiares e amigos estavam indignados com a forma cruel que o jovem foi atacado.

Por volta de 17h, Thiago havia saído uma obra onde trabalhava com seu pai, Alípio Sabino Araújo, de 40 anos. Ao chegar à praça que fica em frente o local onde trabalhava, foi executado com cinco tiros por um indivíduo que passou de bicicleta. A vítima ainda tentou correr, mas acabou não resistindo e morreu.

Logo após o crime, a praça se encheu de curiosos, principalmente alunos de uma escola municipal próxima que havia acabado de liberar os estudantes. Conforme a polícia, Thiago não tinha passagem por nenhum tipo de crime, nem mesmo por uso de entorpecentes.

O jovem sofreu três perfurações na cabeça, uma na costela e uma na perna direita. Embora ainda não haja confirmação por parte da Polícia Civil, que investiga o crime, o assassinato de Thiago pode estar relacionado ao confronto entre facções dos bairros Veneza II e Planalto.

ATÉ QUANDO?
Ontem, a reportagem esteve com os familiares da vítima. O pai de Thiago, o mestre de obras Alípio Sabino, muito consternado, procura respostas pela morte do filho e pelos constantes crimes que vêm ocorrendo no bairro por causa da briga de gangues. “Até quando vão continuar com essas brigas de dar tiro um no outro à toa? Será que não seria mais fácil chegar e conversar? Aí dá trabalho para gente, pra polícia, pra funerária e as famílias só vão tendo perdas”, lamenta.

Alípio acredita que o filho tenha sido morto por engano, já que Thiago não se envolvia com a criminalidade, trabalhava e frequentava a igreja. “A única coisa que eu acho que aconteceu é que ele mora perto da casa dos autores que estão indo ao Planalto dar tiro lá. Suponho que mataram meu filho por causa da morte que aconteceu com uma pessoa do bairro Planalto, aí resolveram vingar no meu filho, que mora no Veneza”, supõe Alípio.

CONFRONTO
De outubro do ano passado até hoje, a rixa entre as facções dos bairros Veneza II e Planalto já provocou quatro mortes e outras várias tentativas de homicídio. Em um dos crimes, a Polícia Civil conseguiu apurar que por causa do atrito uma pessoa morreu inocentemente. Foi o caso de Welisson Lopes da Silva, o “Lécio”, de 26 anos, morto a tiros em um bar no bairro Veneza II em novembro do ano passado.

“Lécio”, que é morador do bairro Veneza, estava em companhia de Felipe Flander, pertencente ao grupo rival do Planalto, alvo dos assassinos. Um carro escuro se aproximou do estabelecimento e abriu fogo em direção a Felipe. Só que o alvo (Felipe) teria visto a tempo a aproximação dos rivais e correu. Já Welisson, que estava de costas, acabou sendo baleado e morreu. Cinco pessoas foram indiciadas pela morte de “Lécio” e três estão presas.

EM CIMA DO MURO
A “guerra urbana” também não perdoou quem tentou se aliar de uma só vez aos dois grupos. Foi o caso de Warley Estargil de Oliveira, 18 anos. A vítima foi assassinada enquanto dirigia um Honda pela avenida Londrina, no bairro Veneza II.

Duas possibilidades podem ter motivado o assassinato. A polícia descobriu que Warley não tinha “lado” entre os grupos rivais, ora estava em companhia dos integrantes do Veneza, ora com o grupo do Planalto. Outra motivação seria passional. A ex-mulher de Warley é a atual namorada de Douglas Chaves Sobrinho, 22 anos, preso em uma operação da PC em fevereiro passado.

A rixa entre os dois grupos teria começado em 2010, depois que um dos integrantes de uma das gangues sofreu um atentado. De lá pra cá se iniciou uma rivalidade entre os bandos, seguida de uma série de tentativas de homicídio e assassinatos.

PLANALTO
A morte de Thiago de Souza pode ter sido uma vingança por causa de um assassinato ocorrido no último sábado (23). Ronaldo Oliveira Fernandes, 18 anos, foi encontrado morto a tiros às margens da lagoa do bairro Planalto II, onde morava.
Informações repassadas à polícia deram conta de que um dos principais suspeitos do crime seria U.R.S., morador da rua Florianópolis, no bairro Veneza II, mesma rua onde residia Thiago de Souza.

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