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Oposição fecha o cerco na Venezuela e Maduro reage

(DA REDAÇÃO) – O clima é de tensão em Caracas e arredores da capital venezuelana, onde os partidários do auto-proclamado presidente Juan Guaidó realizam manifestações pela queda do regime de Nicolas Maduro. Mais cedo, Leopoldo Lopez, outro líder oposicionista, que estava em prisão domiciliar foi liberado por um comando militar e se juntou a Guaidó nas manifestações. Os atos foram realizados próximo à base militar de La Carlota e seguiram pelas ruas de Caracas. Ambos afirmam que tem o apoio dos militares e de 24 estados venezuelanos para seguir tentando tomar o Palácio de Miraflores. O presidente Nicolas Maduro está rechaçando as declarações e manifestações e conclamou os apoiadores a uma contra-ofensiva. Ele afirma que os militares “continuam fieis ao povo venezuelano e à Constituição do País”.

Juan Guaidó faz pronunciamento durante comício em Caracas

CLIMA

O jornal venezuelano “El Nacional”, de oposição a Maduro, descreve o clima em Caracas:

“Em um giro no oeste de Caracas se pode sentir a insegurança na capital desde cedo, quando (…) Juan Guaidó, acompanhado por Leopoldo López, que foi libertado da prisão, e militares que aderiram à Constituição fizeram desde a base aérea La Carlota um apelo ao país para que se tomassem as ruas para a fase final da ‘Operação Liberdade’.

“Muito pouca circulação de carros pode ser vista na rodovia Panamericana em direção a Caracas, em meio a uma atmosfera desolada, o que não é normal em dias úteis como hoje. Chegando à autopista Valle-Coche, no sentido leste, observou-se um congestionamento forte (…) por causa dos obstáculos interpostos pela Polícia Nacional Bolivariana (..) Apenas alguns carros, depois de verificados, podem transitar nessa importante via.”

Militares apoiadores de Guaidó cercam a base de La Carlota

A desolação era evidente (…)”.

“As forças armadas estão com o povo, e não com o usurpador. Hoje, já sabemos que todos os venezuelanos estão a favor da mudança e sabemos que o povo, incluindo as forças armadas, estão a favor da Constituição”, disse Guaidó durante discurso em Caracas.

O oposicionista disse ainda que os soldados em Caracas e em todo o país estão “contra a ditadura”. “O golpe de estado é de quem usa os militares para atacar o nosso povo. Os militares existem para defender o povo. O nosso protesto é e será pacífico. (…) Alguns militares ainda têm medo e ainda não se juntaram. Mas pedimos a esses militares que se incorporem à luta”, exortou.

Leopoldo Lopez que estava em prisão domiciliar foi solto por um comando militar

GOLPE DESTADO

O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o que classificou como uma “tentativa de golpe de Estado” na Venezuela. Por meio de sua conta pessoal no Twitter, o mandatário boliviano acusou o governo dos Estados Unidos de estar por trás da instabilidade política no país governado por Nicolás Maduro.

“Com sua ingerência e promovendo golpes de Estado, os Estados Unidos buscam provocar violência e morte na Venezuela, não importando as perdas humanas, mas apenas seus interesses”, escreveu Morales ao condenar “energicamente” o que classificou como tentativa de golpe “por parte da direita submissa a interesses estrangeiros”.

“Convocamos os governos da América Latina a condenar o golpe de Estado na Venezuela e impedir que a violência cobre vidas de inocentes. Seria um nefasto antecedente deixar que a intromissão golpista se instale na região. O diálogo e a paz deve impor-se sobre o golpe”, acrescentou Morales.

EUA

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, também se manifestou. Em um comunicado, Pompeo afirmou que, “hoje, o presidente

[autoproclamado]

interino Juan Guaidó anunciou o início da Operação Liberdade. O governo dos Estados Unidos apoia integralmente o povo da Venezuela em sua busca pela liberdade e pela democracia. A democracia não pode ser derrotada”.

BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade com o povo venezuelano após a crise desencadeada hoje (30) no país. Em sua conta no Twitter, o presidente disse que apoia a liberdade da Venezuela e desejou que os venezuelanos “finalmente vivam uma verdadeira democracia.”

Bolsonaro voltou a manifestar apoio à saída do presidente Nicolás Maduro do poder. “O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processa no país vizinho. O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos”, escreveu.

O governo brasileiro reconhece Guiadó como presidente encarregado do país vizinho.

CHANCELER

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse hoje (30) que o Brasil continua tendo uma perspectiva concreta de que haja uma “evolução democrática na Venezuela” a partir de pressões diplomáticas e políticas e também com “sanções econômicas” da comunidade internacional.

A manifestação de Ernesto Araújo foi durante entrevista à imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mass, no Palácio do Itamaraty. “Nossa posição é de apoio ao processo de transição e esperamos que todas as forças venezuelanas atendam a esse chamado pela democracia”, disse Ernesto Araújo.

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