Cidades

Oposição derruba lei que “legalizava o nepotismo”

IPATINGA – De autoria da maioria dos vereadores que compõem o bloco governista na Casa, o PL 160/2013, que pretendia alterar os dispositivos da Lei Municipal 2.304/2007 (que cria restrições a contratação de parentes nos poderes Executivo e Legislativo Municipal) foi derrubado por unanimidade dos votos na reunião ordinária desta segunda-feira na Câmara Municipal de Ipatinga.

“Este projeto de lei foi elaborado com o fim específico de favorecer o Executivo municipal e seu projeto político e familiar. Se aprovássemos esta lei estaríamos abrindo as portas para realização de contratação de parentes para os cargos de primeiro escalão do governo municipal. E isto nós não poderíamos permitir. De uma forma maldosa, quiseram jogar no colo de vários vereadores este projeto inconsequente. Esta é a marca deste governo, que já demonstrou reiteradas vezes que não está nem aí para a população nem para o que ela pensa”, desabafou o vereador Roberto Carlos.

O vereador Fabinho do Povo utilizou a tribuna para tecer duras críticas à proposta de legalização do nepotismo em Ipatinga. “Não podemos jogar no lixo uma lei municipal aprovada pela população. Isto seria imoral. Por isto mesmo estou dizendo não ao nepotismo. Faço isto com a convicção de quem tem seu mandato atrelado ao povo de Ipatinga, não ao governo municipal”, disparou.

CONTRAMÃO
Para o vereador Leo Escolar, a aprovação de uma lei desta natureza seria extremamente danosa para o município. “Precisamos ter responsabilidade naquilo que estamos votando. Eu sou radicalmente contra o nepotismo e de forma alguma iria votar favorável a esta matéria, que representa um retrocesso na moralidade do serviço público. Por isto mesmo eu insisti para que o PL fosse a votação, para deixar bem claro para todos que nós não compactuamos com este pensamento”.

Para o presidente da Câmara, vereador Ley do Trânsito, a reprovação do projeto de lei foi mais uma demonstração de maturidade e responsabilidade dos vereadores. “Se aprovássemos esta lei nós estaríamos indo na contramão de direção da moralidade no país. Recentemente o Brasil foi palco de várias manifestações populares em prol da moralidade e contra o governo federal. Em Ipatinga não foi diferente. A população foi às ruas e gritou bem alto contra este modelo de governo municipal que aí está e que a cada dia se revela mais comprometido com classes empresariais e com projetos pessoais e familiares. Eles pouco se importam com as demandas sociais, com os anseios do povo de Ipatinga. Nós precisamos avançar, não retroceder nas questões morais”, desabafou o presidente da Câmara.

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