Cidades

Ocupações fazem protesto em Timóteo

Vander Júnior

TIMÓTEO – As ocupações Macuco, Recanto Verde e Limoeiro, em Timóteo, organizadas pelas Brigadas Populares, realizaram ontem uma manifestação na cidade com o apoio de representantes de ocupações da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O protesto reafirmou a bandeira do Despejo Zero em Minas Gerais. Participaram da manifestação representante das ocupações Dandara, Eliana Silva, Rosa Leão, Esperança, Vitória, Maria Guerreira, Maria Vitória, Novo Horizonte, Paulo Freire, Ocupações de Nova Lima e Zilah Sposito- Helena Greco.

Em função de uma ação de reintegração de posse movida pela Prefeitura Municipal, chegou a ser anunciado para ontem o início do despejo de mais de 300 famílias. Entretanto, a ação foi suspensa por medida impetrada pelas Brigadas Populares e Coletivo Margarida Alves na última sexta-feira (09).

As Brigadas Populares e o Coletivo denunciaram que depois da suspensão a PM esteve na comunidade e agrediu e aterrorizou moradores. “Os policiais forjaram o flagrante da queima de um ônibus para criminalizar a ocupação, utilizando a prática da tortura e sufocamento com o uso saco plástico em jovens adolescentes, que ainda estão presos”, disse o movimento em nota enviada à imprensa.

HISTÓRIA

Em 2014 e 2015 as ocupações de Minas Gerais e os movimentos Brigadas Populares, MLB, CPT e Luta Popular realizaram inúmeras lutas, seminários, rodas de discussão e reuniões para afirmar no Estado uma nova forma de encarar os conflitos urbanos: moradia é caso de políticas sociais e não de polícia.

“Hoje vemos um modelo perverso sendo aplicado em Timóteo: ao invés de reconhecer e regularizar ocupações legítimas, se quer fazer o despejo e destruição das casas intermediados por falsos paliativos”, destaca o comunicado.
“Os ‘despejos brandos’ são falsas soluções para os conflitos sócio fundiários. Geridos na Mesa Negociadora do Estado, com um verniz de diálogo, servem para legitimar a destruição das casas e violação de direitos de milhares de famílias”, rechaça o documento.

“As ocupações de Minas Gerais vem afirmar que a solução para as ocupações de Timóteo, consolidadas e totalmente integradas ao bairro, passa pela regularização urbanística, transformando as ocupações em Zonas de Especial Interesse Social, a realização de projetos socioambientais no leito do rio para a preservação da APP e a regularização fundiária mediante a concessão especial de uso para fins de moradia, já que se tratam de terras públicas do município”, arremata a nota.

O documento é assinado por: Brigadas Populares; MLB – Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas; CPT – Comissão Pastoral da Terra; Ocupações de Minas Gerais: Dandara, Eliana Silva, Rosa Leão, Esperança, Vitória, Maria Guerreira, Maria Vitória, Novo Horizonte, Paulo Freire, Ocupações de Nova Lima, Zilah Sposito- Helena Greco e Novo Horizonte.
Em relação à liminar, a Procuradoria Geral informa que a Prefeitura de Timóteo ainda não foi intimada da decisão, e, portanto, não tem como se manifestar.

PREFEITURA
Também em nota divulgada ontem, a administração municipal limitou-se a dizer que “a Prefeitura de Timóteo está preocupada com a questão social destas famílias, e também com aquelas famílias que estão ocupando áreas inundáveis e de risco, uma vez que o período chuvoso se aproxima”.

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