Nacionais

O esquema Covaxin é batom na cueca

(*) Fernando Benedito Jr.

Enquanto a Pifzer esperou meses por uma resposta que não veio para sua proposta de venda de vacinas ao Brasil, ao custo de 2 mil vidas diárias, o governo Bolsonaro fechou negócio com a Covaxin em apenas uma reunião, em novembro de 2020. Três semanas depois encaminhou um “memorando de entendimento não vinculante” por meio do qual manifestava interesse na compra da Covaxin. A vacina contra a covid-19 produzida na Índia tem custo alto e até hoje não obteve autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial.

O contrato para aquisição de 20 milhões de doses foi assinado em 25 de fevereiro deste ano, após 97 dias de conversas entre as partes, ao custo final de R$ 1,6 bilhão. Trata-se da vacina mais cara entre as que foram compradas pelo governo Bolsonaro até o momento. O valor é de US$ 15,00 quando a média de preço varia entre US$ 6,00 e US$ 10,00.

Na ata de reunião da Anvisa para discutir a estratégia de certificação da Bharat Biotech, que produz a Covaxin, ao contrário de outras reuniões, não consta os nomes dos participantes.

O recurso para a compra da vacina está empenhado, ou seja, reservado para o “negócio da Índia”. Apesar de todos os sinais, o governo tenta se desvencilhar do assunto com argumentos que costuma usar quando pego em flagrante delito. “Faltou um zero”, disse Bolsonaro. “Não se comprou um dose de vacina”, “nenhuma vacina Covaxin entrou no Brasil”, disse o ministro da Saúde. O governo mandou a Polícia Federal investigar quem denunciou. É a velha estratégia da cortina de fumaça, de culpar os amigos e inimigos. A culpa é de todo mundo, menos do governo genocida, incompetente e corrupto.

Mas, pelo jeito, vão ter que se esforçar um pouco mais para  convencer a opinião pública, a CPI e o Ministério Público Federal.

É um tipo de negócio que não tem muita explicação…

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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