quarta-feira, outubro 30, 2024
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O boicote e, de novo, a estupidez dos golpistas

Foto: Vitrines quebradas na Noite dos Cristais, na Alemanha nazista

(*) Fernando Benedito Jr.

A direita fascista e golpista do Vale do Aço vem tentando se firmar como força política às custas de manobras cada vez mais perigosas e arriscadas, em muitos casos marcadas por uma aguda estupidez, travestida de defesa de pautas conservadoras ou das “liberdades” de mercado. Durante os períodos mais graves da pandemia de covid-19 se viu isso na defesa da abertura do comércio e contra o distanciamento social, então, única forma de conter a circulação do vírus. Uma estupidez sem tamanho, que prolongou o sofrimento com a pandemia. Vidas poderiam ser preservadas com o isolamento e sequelas graves poderiam ter sido evitadas.

Agora, a ignorância, mãe de toda a intolerância, se manifesta na forma de atos golpistas e antidemocráticos que cerceiam a liberdade de ir e vir, prejudicam a economia que dizem defender. Os mesmos “patriotas” que eram contra o lockdown na pandemia, agora promovem o lockout (greve de patrões) contra o resultado legítimo das urnas. São contradições, umas atrás das outras, tal a desconfiguração mental e o tamanho da ignorância do golpismo tocado mais pelo ódio e menos pela inteligência e pelo conhecimento histórico.

Agora mesmo vemos grupelhos de idiotas em Ipatinga, alguns liderados por “influencers” de coisa nenhuma, criando listas negras de boicote contra comerciantes, prestadores de serviço, profissionais liberais e contra quem mais julgam e condenam como “petistas” – não interessa que sejam de outra matriz política e ideológica, se é contra Bolsonaro, é petista.

A intolerância é tanta que não conseguem diferenciar e menos ainda conviver com os diferentes. Como os nazistas que estigmatizaram os judeus com a estrela de Davi, tentam colar uma estrela na testa de todos que não pensam como eles. Querem colocá-los nos guetos, como em Varsóvia, e depois eliminá-los… do mercado e, se possível, da vida.

E o mais interessante: os defensores da “liberdade”, do mercado, adotam o boicote como instrumento de punição aos contrários. Com suas “listas negras”, tentam eliminar a livre concorrência, a livre iniciativa, o empreendedorismo e o mercado, algumas das principais ideologias que sustentam o capitalismo que dizem defender contra o fantasma do comunismo.

É muita ignorância na pista. Deviam arrumar o que fazer, lavar uma louça, capinar um lote, ao invés de ficarem procurando chifre na cabeça de cavalo e se meterem a entender de “código-fonte” de urnas eletrônicas.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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