Policia

Novas evidências reabrem caso de mototaxista desaparecida há 11 anos

IPATINGA – O caso de uma mototaxista desaparecida desde 2005 pode ser reaberto depois que a motocicleta da jovem de 19 anos, Adriana Terume Onaka Debelli, foi localizada no último final de semana em uma área de preservação ambiental que fica às margens da Estrada das Lavadeiras – via de acesso ao bairro Bom Jardim. A moto é a mesma em que Adriana foi vista pela última vez, uma Honda Titan azul, 125cc, placa GZZ-8317.

A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Geraldo Magela, dois jovens passavam pela estrada quando um deles passou mal e resolveu entrar no meio do mato. “Então lá eles viram o guidão da moto e parte do painel. O veículo estava enterrado e estava bastante deteriorado. Apreendemos a moto e iremos dar continuidade a este inquérito”, disse o policial.

Além da moto alguns ossos pequenos foram recolhidos e encaminhados ao IML de Ipatinga. “A gente ainda não sabe dizer se são ossos humanos ou de animais. Se for humano, iremos mandar as amostras para o Instituto de Criminalística em Belo Horizonte para fazermos teste de DNA com os familiares de Adriana”, esclareceu o delegado.

BUSCAS
Nesta segunda-feira (29) militares do Corpo de Bombeiros e investigadores da Polícia Civil estiveram no local e realizaram buscas a fim de tentar localizar outras evidências, como os restos mortais da jovem, mas nada foi achado.

“Nós pedimos aos seguranças da Usiminas que trabalham ali naquela região, que, caso eles vejam alguma coisa, nos informem. Este caso teve bastante repercussão na época e alguém que tiver informação e queira colaborar com as investigações, procure a polícia, ou faça uma denúncia anônima pelo 181”, pontuou Geraldo Magela.

O caso será repassado para o delegado de Homicídios, Eduardo Vinícius Carvalho, que se encontra de férias. Mas até o retorno dele, a polícia irá trabalhar com novos vestígios, por meio do delegado Geraldo Magela, autor do inquérito original.

ENTENDA
O caso de Adriana foi amplamente relembrado pelo jornalista Rodrigo Neto, assassinado em março de 2013. A mototaxista desapareceu misteriosamente em 25 de fevereiro de 2005. A jovem trabalhava em um ponto de mototaxistas na avenida Fernando de Noronha, no bairro Bom Retiro. No dia de seu desaparecimento, ela recebeu uma ligação por volta das 23h para fazer uma corrida ao bairro Bom Jardim.

De acordo com as investigações, a última vez que Adriana foi vista em sua moto, foi por volta das 23h40, em um posto de gasolina na rotatória próxima ao bairro Caravelas. Por volta das 23h30, ela abasteceu a moto com R$ 5. Possivelmente, pelo horário, ela já tivesse realizado a corrida e estava reabastecendo o veículo. Depois disso, ninguém mais viu a jovem.

INQUÉRITO
Em 2007, Rodrigo Neto apurou que o inquérito sobre o caso havia desaparecido do Fórum de Ipatinga. Logo depois, o processo foi reaberto sem nenhum depoimento. Para piorar ainda mais, o delegado regional na época, Sebastião Rodrigues Costa, disse que não havia cópias de depoimentos colhidos, com pessoas ligadas ao caso do desaparecimento da mototaxista, sendo que as investigações recomeçariam do zero, e todos os depoimentos deveriam ser refeitos.

Em 2011, o inquérito foi para as mãos da então delegada de Homicídios, Irene Franco. Ela refez algumas linhas de investigação, reinquiriu algumas testemunhas e familiares. Um dos suspeitos seria o namorado de Adriana, mas a evidência não avançou.

PREJUÍZOS
Ainda naquele mesmo ano, a policial disse que concluiria o inquérito sem definição de autoria e confirmação de morte. “Não podemos nem apontar um crime. Temos indicações de que houve um, mas não temos provas para confirmar isso. O sumiço do inquérito no Fórum deu prejuízos. Pessoas que não puderam ser ouvidas novamente, detalhes que não foram possíveis reproduzir. Não posso afirmar que a falta dessas informações foi decisiva para o ponto em que estamos hoje, que isto nos impediu de concluir a investigação, mas o fato é que chegamos em um ponto onde não há mais nenhuma linha a ser investigada, e vamos finalizar o caso”, declarou a delegada Irene à época.

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