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No Brasil, Kerry defende a espionagem dos EUA

BRASÍLIA – O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, avisou ontem (13) que os Estados Unidos não vão parar com o sistema de monitoramento a cidadãos no país e no exterior, apesar da cobrança explícita do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante entrevista coletiva, no Palácio Itamaraty. Kerry argumentou que o esquema de espionagem faz parte do sistema de segurança nacional americano, para garantir proteção não só para quem está nos Estados Unidos, mas também em outros países.

“Achamos que nosso serviço de inteligência protege a nossa nação, assim como outros povos. Continuaremos a fazê-lo”, disse Kerry, ao negar que o governo norte-americano examine a possibilidade de suspender o monitoramento feito por suas agências a cidadãos.

MOMENTO
Kerry chegou ao Brasil num momento em que as autoridades brasileiras aguardam mais informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional (NSA).

O secretário de Estado argumentou que as medidas de espionagem foram adotadas após o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. O atentado foi atribuído à Al Qaeda. De acordo com Kerry, foram implementadas ações para evitar que “inocentes sejam mortos” por organizações criminosas, como aconteceu em 2001. “Essas revelações sobre segurança nacional aborreceram algumas pessoas, mas não posso discutir as questões operacionais”, disse o secretário.

OBAMA
Kerry ressaltou que o presidente Barack Obama está determinado a prestar os esclarecimentos pedidos pelos países sobre as agências norte-americanas. “Vamos nos esforçar para que esses problemas não interfiram sobre todas aquelas outras coisas. E vamos nos esforçar para fazer”, reforçou.

Na entrevista, Kerry tentou minimizar o impacto que as denúncias de espionagem tiveram nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos. Para ele, é preciso “enxergar adiante”, observar parceria existente e o que é possível avançar na relação entre os dius países. “Peço ao povo brasileiro que se concentre nas realidades importantes entre os nossos países, que compartilham valores democráticos, e no empenho em favor da diversidade. Essas relações podem ter um impacto global positivo, se continuarmos trabalhando em parceria”, afirmou.

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