Cidades

MPL Ipatinga questiona concessão do transporte público no município

Ausência de serviços e escassez de veículos em horários de pico estão na pauta do MPL (Crédito: Arquivo DP)

IPATINGA – A maneira com que é oferecido o transporte público no município irá pautar as manifestações populares na cidade. É o que afirma o Movimento Passe Livre-Ipatinga após ter acesso ao contrato de concessão de serviço celebrado entre a Administração Municipal e a empresa Autotrans.
Assinado em novembro de 1991, a prestação do serviço tem sido prorrogada desde 1998 sem observar inúmeras cláusulas do contrato. Na avaliação do MPL-Ipatinga, a não implantação de um sistema integrado de transporte, a falta de linhas para atender a alta demanda durante os horários de pico e a escassez da frota disponível aos fins de semana já justificam, por si, qualquer intervenção popular no sentido de parar o serviço até que as melhorias sejam realizadas.
“Não lutamos apenas por redução da passagem. Exigimos o cumprimento de um contrato público que foi celebrado de forma legal. Toda a população de Ipatinga paga por um serviço oferecido com qualidade muito inferior ao dinheiro que é arrecadado. O povo tem absoluta legitimidade ao exigir melhorias”, declara o Movimento Passe Livre-Ipatinga.
Na última quarta-feira (29), a prefeita Cecília Ferramenta (PT) anunciou a redução de R$ 0,20 nas passagens de ônibus a partir do próximo dia 1º de julho. Entretanto, a decisão tomada beneficiará menos os que optarem pelo pagamento em dinheiro. Para quem não possui o cartão eletrônico de pagamento, o desconto será de apenas R$ 0,10 e as passagens valerão R$ 2,75. A chefe da PMI definiu ainda que estudantes pagarão a partir desta segunda-feira (29) R$ 2,20 pelo transporte público.
“É muito pouco. Antes de entrar no mérito do valor da redução, precisamos discutir a observância sobre a qualidade do serviço que foi contratado. Ipatinga conta com uma das passagens mais caras do país. A Autotrans descumpre claramente o termo que lhe concedeu a exclusividade de oferecer o serviço no município. A maré mansa acabou”, garante a organização que conquistou em centenas de cidades a redução das tarifas de ônibus e deu o pontapé ao maior levante popular da história do país.

MANIFESTAÇÕES
Diante às inúmeras manifestações agendadas de maneira desorganizada por meio das redes sociais, o Movimento Passe Livre-Ipatinga informa que não está à frente de nenhum ato até o momento. De acordo com os organizadores do MPL local, as atividades do grupo estão concentradas em firmar diálogo junto aos movimentos sociais, populares e sindicais, de tal modo a unificar a pauta de reivindicações e alcançar legitimidade para lutar pelos interesses da população usuária do transporte público na cidade.
A organização afirma ainda que aguarda o retorno do ofício encaminhado à Prefeitura Municipal há três dias. “Já nos apresentamos formalmente à Administração da cidade. Esperamos um retorno para saber como iremos trabalhar estas questões. Caso a Prefeitura se omita, assim como ocorreu no Brasil, acreditamos que o transporte público será o responsável por levar milhares de insatisfeitos às ruas de Ipatinga”, concluiu o MPL.

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