Cultura

Morre Darci di Mônaco

Darci se definia como um ator atrevido, que gostava de fazer as coisas à frente de seu tempo (Crédito: Divulgação)

IPATINGA – A cultura regional perdeu na manhã desta terça-feira (29) um dos seus maiores militantes, o ator e produtor cultural Darci di Mônaco. Ele estava internado no Hospital Márcio Cunha desde 15 de abril, em decorrência de uma parada cardiorespiratória. Darci sofria de problemas renais.
Em março, o artista completou 50 anos de carreira, dedicados às artes cênicas. Ele era considerado um dos maiores pensadores do teatro regional. Seu corpo foi velado na capela do cemitério Nossa Senhora da Paz, e seria sepultado na manhã desta quarta-feira (30).
Darci trabalhou como diretor, ator e escritor de várias peças, encenadas nos mais diversos espaços públicos da região. Ele manteve até o fim de sua vida uma relação de apoio e orientação aos novos atores, tanto que ministrava oficinas no Projeto Humanizar, bairro Canaãzinho.
Em sua última entrevista ao DIÁRIO POPULAR, em fevereiro deste ano, Darci se definiu como uma pessoa atrevida. “Eu gosto de fazer as coisas perfeitas e não gosto de gente parada que faz tudo igual. Eu quero sempre inovar e sempre fui uma pessoa bem à frente do meu tempo. Enquanto as pessoas faziam um teatro sempre morno e igual, eu fazia diferente. Eu fui o primeiro diretor de Ipatinga a mostrar um ator nu em cena”, disse.

TEATRO
Um dos maiores desejos de Darci era a conclusão de um teatro que levaria seu sobrenome, o Teatro di Mônaco. O empreendimento ainda não acabado foi erguido em um propriedade do artista situada na rua Eliseu, n° 106.
O ator tinha dois apartamentos e um terraço no bairro Canaãzinho. Para viabilizar seu sonho, ele decidiu utilizar o espaço para construir a casa de espetáculos. O teatro vai ter capacidade para 100 pessoas.
Na visão do artista, as pessoas não desenvolviam o hábito de assistir espetáculos porque as apresentações são esporádicas.
“A culpa das pessoas não terem a cultura de ir ao teatro não é delas, e sim da inconstância. No meu teatro, cada espetáculo vai ficar em cartaz vários meses. Porque se a pessoa não pôde ver hoje por causa de algum imprevisto, ela pode ver na próxima semana, e assim cria-se o hábito de ir ao teatro mais vezes”, defendeu na época.

HISTÓRIA
Nascido em Jaguaraçu, Darci veio para Ipatinga ainda menino e aos nove anos participou de suas primeiras manifestações artísticas, na escola. Em cinco décadas de carreira, o artista participou de 67 peças teatrais como diretor e ator. No cinema, foram três filmes.
A vida de Darci se confunde com a arte, pois desde os 14 anos ele escreve peças e monta espetáculos. O início de sua carreira foi difícil devido à pouca experiência e à falta de pessoas capacitadas para auxiliá-lo.
Em 1962, o artista montou seu primeiro espetáculo, uma releitura do clássico ‘A Branca de Neve e os Sete Anões’, inspirado no filme de Walt Disney. Após as apresentações da peça, Darci montou seu primeiro grupo teatral, que ensaiava nos fundos da casa do prefeito de Ipatinga daquela época, Jamil Selim de Sales.


Em toda sua carreira, Darci di Mônaco
participou de quase 70 peças teatrais

Homenagens também pelas redes sociais


(Da Redação) –
Tão logo souberam da morte do artista, amigos e admiradores manifestaram pela rede social Facebook suas homenagens. Conforme o jornalista Wilian Saliba, o artista era seu amigo desde a adolescência. “O diretor de teatro Darci Di Mônaco hoje nos deixou. Ele prestou 50 anos de contribuição às artes cênicas de Minas Gerais. Um grande desfalque para nossa cultura”, lamentou.
O presidente da Câmara, Nardyello Rocha (PSD) também deixou mensagens de condolências. “Partiu Darci di Mônaco. Infelizmente não pude realizar a Sessão Solene, que já havia sido aprovada, pelos seus 50 anos de carreira. Nem conceder a ele o título de Cidadão Honorário que pretendia. Mas não tenho dúvidas, uma alegre peça teatral será exibida hoje no céu. Saudades para nós que ficamos”, expressou.
Foi no Instituto Humanizar que Darci encontrou apoio para tocar seu projeto de construção do Teatro di Mônaco. Eloiza Dalla Vecchia foi umas das principais incentivadoras do empreendimento. “Há quatro anos, Deus nos colocou em uma situação que nos proporcionou sonhar e discutir coletivamente um projeto de cultura ambicioso, a construção do Teatro di Mônaco. Hoje, o teatro, que era um grande sonho de muitos amigos, está triste. Perdemos o amigo e mentor deste sonho”, declarou.

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Cultura

Morre Darci di Mônaco

O corpo do artista está sendo velado na capela do cemitério Nossa Senhora da Paz e será sepultado amanhã, às 9h

 

IPATINGA – A cultura regional perdeu na manhã desta terça-feira (29), um dos seus maiores militantes, o ator e produtor cultural Darci di Mônaco. Ele estava internado no Hospital Márcio Cunha desde o mês passado.
O artista completou neste ano 50 anos de carreira dedicados às artes cênicas. Ele era considerado um dos maiores pensadores do teatro regional. Seu corpo está sendo velado na capela do cemitério Nossa Senhora da Paz e será sepultado amanhã, às 9h.
Darci já tinha trabalhado como diretor, ator e escritor de várias peças encenadas nos mais diversos espaços públicos da região. Ele manteve até o fim da vida a relação de apoio e orientação aos novos atores, diretores e outros grupos.
Suas reflexões sobre o teatro e seus 50 anos de contribuição às artes cênicas do Vale do Aço foram fundamentais para a cultura do Vale do Aço. O sentimento é de gratidão, reconhecimento e admiração pela extrema dedicação com que trabalhou.

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