Nacionais

Moro diz que Lava-Jato não retrocederá durante sua gestão

BRASÍLIA – Embora tenha acumulado sucessivas derrotas à gente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, algumas das quais ferem seriamente a Operação Lava Jato, como a última decisão do STJ de remeter à Justiça eleitoral casos que de corrupção conexos com as eleições, o ministro Sergio Moro, afirmou hoje (1º) que não será no seu “turno” como ministro que a operação Lava-Jato vai retroceder. Moro participou do evento de lançamento do livro “Corrupção: Lava-Jato e Mãos Limpas”, na sede do Jornal O Estado de São Paulo, na capital paulista.

Enquanto ministro, Moro também recuou nas investigações dos casos de “laranjas” do PSL, envolvendo o partido do presidente; se omitiu sobre as movimentações financeiras atípicas de Flávio Bolsonaro levantados por órgão sob seu comando – o Coaf – e retirou do pacote anti-crime a prática de Caixa 2 em campanhas eleitorais.

“Houve um grande avanço [com a Lava-Jato], agora, é importante que nós transformemos isso num padrão de comportamento, ou seja, que as pessoas tenham mais certeza de que se elas cometerem crimes no âmbito da administração pública, elas vão ser descobertas, investigadas e, se provada a culpa, vão ser punidas. É para isso que nós temos trabalhado”, declarou o ministro.

PACOTE ANTICRIME

Moro preferiu não prever datas para a análise por parte do Congresso ao projeto de lei anticrime. “Temos conversado com parlamentares e lideranças de ambas as casas [Câmara dos Deputados e Senado]. O desejo, evidentemente, do governo é que seja aprovado, discutido e, eventualmente, alterado e aprimorado o mais rápido possível. Agora, o tempo do Congresso pertence ao Congresso. O que eu tenho sentido, porém, em conversas com parlamentares é uma grande receptividade. É uma questão de ajustar o debate e o diálogo”, disse Moro.

COAF

O ministro justificou a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), antes vinculado ao extinto Ministério da Fazenda, para o seu ministério. De acordo com ele, o órgão sobrecarregaria o ministério da Economia. Ainda, para Moro, o Coaf estava negligenciado nos governos anteriores e a mudança permitiu corte de cargos na área administrativa, que foram direcionados para a área fim. Ele destacou que o órgão vai manter o seu caráter de inteligência.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com