Cidades

Médicos do SAMU formalizam ameaça de greve em documento

Prefeitura convocou ontem técnicos de enfermagem e condutores socorristas para preencher déficit no SAMU
(Crédito: Nadieli Sathler)


IPATINGA
– Como prometido, os médicos que prestam serviço no SAMU de Ipatinga protocolaram no início da tarde de ontem (7), documento que formaliza a ameaça de greve caso o governo Robson Gomes (PPS) não pague a compensação financeira aos que trabalham no serviço de urgência e emergência.
Adalberto Dias e Geraldo M. de Oliveira estiveram na Prefeitura representando os demais médicos socorristas e explicaram durante entrevista as precárias condições de trabalho e a insatisfação dos colegas.

“Entregamos o documento e acreditamos no bom senso do secretário. Estamos abertos ao diálogo e queremos que a cidade continue sendo bem atendida pelo serviço. O déficit de funcionários gera o atendimento não adequado ao usuário. A USA (Unidade de Suporte Avançado) não pode ficar sem médico, e quando fica sem profissional o nosso atendimento cai segundo os protocolos. A nossa intenção ao vir aqui registrar formalmente documento é cobrarmos medidas para evitar a suspensão do serviço”, esclareceu Geraldo.

PRECARIEDADE

Os médicos socorristas voltaram a afirmar que durante o final de semana há apenas um médico escalado para trabalhar na regulação médica e no atendimento, o que pode comprometer o socorro dos casos que exijam o uso da ambulância USA.

“Infelizmente o SAMU está numa situação precária, falta tudo, principalmente, respeito com as pessoas que necessitam do nosso serviço. É lamentável ver que podemos chegar ao extremo de um paciente grave ser atendido sem o médico na Unidade de Suporte Avançado. Estamos determinados a nos desligar do serviço por completo na quarta-feira. Esse é o prazo que alguns estão dando à Administração Municipal”, informou Adalberto.

CORTE
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que o Serviço Móvel de Urgência foi notificado a cumprir a jornada de trabalho de 24 horas semanais, conforme determina a Lei 2.192 de 09/06/2006, para receber a compensação financeira pela jornada diferenciada de 50% sobre o vencimento do servidor.

“Entretanto, os médicos continuaram a cumprir a carga horária de 20 horas, motivo pelo qual não fazem jus à referida gratificação, portanto não foi descontado valor indevido de nenhum dos médicos do SAMU”, declarou.
A Prefeitura comunicou ainda que já estão sendo tomadas medidas para reduzir o déficit de pessoal, dentre elas a relotação de dois servidores administrativos e ainda a contratação de 13 técnicos de enfermagem e oito condutores socorristas para cobrir o déficit na escala.

A convocação dos profissionais aprovados no último concurso foi publicada no Diário Oficial do Municipal no final da tarde de ontem. Os profissionais devem se apresentar até sexta-feira (14) no setor de pessoal do Executivo.
“Informamos ainda que foi autorizada pela Secretaria de Saúde a aquisição de um sistema informatizado para atendimento das ocorrências. A Administração entende que a ameaça de greve feita pelo SAMU a partir do dia 10 de dezembro de 2012 se tornará ilegal e arbitrária se efetivada”.

Ao final da nota a Prefeitura afirmou que tomará todas as providências jurídicas cabíveis para garantir o atendimento de urgência e emergência àqueles que necessitarem do serviço.

20 HORAS
Adalberto Dias explicou que os médicos socorristas foram aprovados em concurso público para uma jornada de 20 horas semanais, e que a lei usada para tentar justificar a jornada de 24 horas é para os profissionais que trabalham em regime de plantão no Hospital Municipal.

“Isso não se enquadra ao SAMU, que é uma unidade vinculada ao governo federal. Há seis anos estamos trabalhando de um jeito. Agora, depois de cortar hora extra e demitir funcionários, querem modificar e nos obrigar a exceder a jornada regulamentada pelo concurso público”, criticou.

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