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Mandetta se opõe ao presidente e volta a defender isolamento social

Ministro da Saúde relativiza uso de cloroquina, refuta comparação entre a covid-19 e H1N1 e diz que doença atinge todas as faixas etárias

BRASÍLIA – Ao apresentar o balanço dos 30 dias de contágios do novo coronavírus no Brasil, que já tem oficialmente 3.904 casos e 114 mortes, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), reiterou hoje a defesa do isolamento social como estratégia para frear a expansão da covid-19 no país. Mandetta fez críticas, sem citar nomes, a governadores que adotam medidas descoordenadas do resto da federação e elogiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao falar da preocupação com a economia. Mas também destoou dos argumentos utilizados pelo próprio presidente e por seus seguidores em relação à pandemia em ao menos três pontos, além do isolamento social:

– Refutou comparação entre a covid-19 e H1N1- Bolsonaro chegou a dizer que “houve outras epidemias aí” que não haviam gerado tanta reação; mas Mandetta hoje afirmou que a comparação é descabida

– Jovens e a doença – o governo federal chegou a fazer campanha minimizando os riscos da covid-19 entre pessoas jovens, e Mandetta hoje enfatizou que há motivos para preocupar-se em todas as faixas etárias

– Uso da cloroquina, apontada por Bolsonaro como uma solução para a doença, mas relativizada hoje por Mandetta.

“Importância de parar”

Mandetta defendeu isolamento social em diversas ocasiões. O ministro Mandetta falou em “importância de parar” e elencou benefícios: além de diminuir a transmissão dos casos de covid-19, ele afirmou que isolar a população tem evitado acidentes de trânsito e outros fatores que sobrecarregam o sistema de saúde. Mandetta disse ainda que o isolamento já está funcionando e que se as pessoas saírem ao mesmo tempo, faltará equipamentos de proteção para os médicos e outros materiais que precisam ser importados da China.

O ministro também se mostrou contrário a permitir que apenas os jovens saiam de suas casas — podem contaminar os idosos que moram com eles, argumentou. Mas também fez contrapontos: afirmou que é preciso uniformizar as medidas de quarentenas adotadas no país; disse que alguns setores precisam continuar trabalhando para transportar insumos médicos e para atender a população. Governo quis fazer campanha contra isolamento As falas de Mandetta contrastam com a postura do governo federal, que quis fazer uma campanha com o mote “O Brasil não pode parar”, mas foi barrado pela Justiça.

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