Vida & Saúde

Lutando para perder peso

Cristiane dos Santos trocou a musculação pelo boxe e agora falta menos à atividade física

IPATINGA – Um esporte antes pouco praticado tem se transformado em uma boa opção para quem quer emagrecer. O boxe vem ganhando espaço nas academias e se popularizando em todo o país. O que antes fazia menção a luta e agressividade, hoje é sinônimo de condicionamento físico, dinamismo e prazer.
A situação pode ser constatada nas academias de ginástica de Ipatinga e região. É comum encontrar o boxe como uma opção de atividade física nas academias e o exercício tem tido boa aceitação na cidade. O personal trainer Nilton Dias treina boxe há dez anos e ministra aula em uma academia há pouco mais de três anos. “Eu treino boxe há mais tempo e o meu foco não é preparar ninguém pra competir e sim utilizar o boxe como uma atividade física e também para liberar o estresse. No início, tínhamos apenas três alunos e sempre começava uma turma e depois dava uma parada”, contou o professor.
O boxe ganhou espaço e alcançou um maior número de alunos no último semestre. “Em menos de quatro meses a turma aumentou muito. E tudo isso aconteceu muito rápido. Em poucos meses conseguimos fixar uma turma grande. É uma atividade para tirar as pessoas do sedentarismo e aliviar a tensão. É também muito utilizado por mulheres que querem perder peso”, informou ele.
Em uma hora e meia de treino, as pessoas chegam a perder em média 600 calorias. As principais atividades praticadas durante a aula são: treino de corrida, de salto, pular corda, abdominal e exercícios de braço.

RECONHECIMENTO
Segundo o personal trainer Nilton Dias, que atua na Nikai, no bairro Iguaçu, o boxe antes era tido como atividade física apenas para homens. “Quando começamos a treinar, só os homens se interessavam. Hoje conseguimos mesclar mulher, homens, adolescentes e até mesmo crianças. Às vezes, as pessoas não querem fazer musculação e não gostam de frequentar academia, aí o boxe é uma boa solução. Por isso hoje o nosso foco é bem próximo de uma outra atividade física normal”, explicou.
A turma treinada por Nilton é predominantemente feminina. “Tenho de 25 a 30 alunos frequentes e no início a maioria era homem. Agora temos 17 mulheres e 13 homens. As mulheres estão procurando mais o boxe porque encaram mesmo como uma atividade para melhorar o condicionamento físico”, revelou Nilton.

DIFERENCIAL
Ao contrário da musculação, o boxe pode ser praticado a partir de sete anos, desde que as crianças sejam orientadas. “Tenho crianças que também treinam boxe, mas primeiro conversamos com os pais. Porque é necessário que as crianças entendam que não podem brigar na escola em hipótese alguma”, completou o professor de boxe.   O condicionamento físico completo, em busca de qualidade de vida, também motiva os alunos. É o caso da consultora de vendas Cristiane dos Santos. “Eu já fazia academia, fazia musculação. Mas optei pelo boxe pela questão do condicionamento físico e por ser mais dinâmico que qualquer outra atividade. E ao contrário do que muitas pessoas pensam, principalmente as mulheres, não tem agressividade. É mesmo uma atividade física para se atingir um objetivo de forma mais imediata”, descreveu Cristiane. Nilton Dias classifica o exercício como prazeroso. “No treinamento de boxe, no geral, o principal foco é trabalhar a força, resistência e principalmente atividade aeróbica. As pessoas não querem pular corda, mas pulam corda no boxe. Têm dificuldade de subir escada, mas sobem escada correndo durante o treinamento. E como é uma atividade em grupo, acaba sendo prazerosa”, considerou o profissional.

Professor vê influência dos campeonatos de UFC
Ipatinga
O professor Nilton Dias acredita que o interesse das pessoas em praticar o exercício deve-se à popularização do campeonato de luta UFC, que traduzido ao pé da letra significa ‘Último Campeonato do Combate’. O UFC é uma organização de artes marciais mistas. “O boxe na região ainda é um pouco novo e por isso algumas pessoas ainda têm preconceito. Mas quando você põe uma luva e aprende técnicas e os nomes dos golpes, aí pessoa fica mais tranquila. A transmissão dos campeonatos de UFC contribuiu para que as pessoas conhecessem mais as técnicas e se interessassem pela atividade”, disse o personal trainer.
O estudante Lucas Henrique Melo é o aluno mais antigo da turma de Nilton Dias. “Treino há uns 3 anos mais ou menos. Desde criança sempre gostei de luta e arte marcial. O boxe é uma atividade física bacana, é mais animado e as pessoas perdem mais caloria porque não ficam paradas. Depois que os campeonatos de UFC foram realizados no Brasil, muitas pessoas abriram a mente e creio que a atividade atingiu força e vai continuar”, prevê Lucas.
A consultora de vendas Cristiane dos Santos também acredita na continuidade do boxe como uma atividade física para mulheres. “Agora, essa bombada do UFC mostrou que as mulheres também podem buscar no boxe um trabalho para o corpo todo e até mesmo a mente. O boxe está sendo visto sob uma nova perspectiva e a gente vai passando isso pra frente”, concluiu a consultora.


O personal trainer Nilton Dias (à frente) ministra
aula de boxe para uma turma de 30 alunos;
mais da metade da turma é composta por mulheres

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