Cidades

Luiz Carlos defende decisão de acionistas e mais investimentos

 Luiz Carlos Miranda disse que a condução de Rômel Erwin para a presidência da Usiminas enche de esperança a comunidade do Vale do Aço

IPATINGA – O presidente da Força Sindical em Minas Gerais, ex-presidente do Sindipa e candidato a deputado estadual Luiz Carlos Miranda, comentou ontem a mudança na direção da Usiminas, com a saída de Julián Eguren e a condução de Rômel Erwin ao cargo de diretor-presidente da siderúrgica. Miranda atribui a saída de Eguren a uma sucessão de equívocos, que culminou na decisão dos acionistas. Ele também defendeu a permanência de um funcionário de carreira na presidência e elogiou o perfil de Rômel Erwin.

“Ele conhece a empresa profundamente, é um homem inteligente, trabalhador, correto, um técnico altamente qualificado, que está na empresa e conhece a sua realidade. Eu acho que o fato de nós termos pela segunda vez à frente da Usiminas um funcionário da empresa [o primeiro foi Rinaldo Campos Soares], nos enche de esperança. É bom não só para o trabalhador, mas para a população do Vale do Aço e para o povo mineiro”.

Luiz Carlos disse que desde 2008, quando ocorreu a substituição de Rinaldo, tem alertado os acionistas para os riscos que poderiam advir das tentativas de se mudar uma cultura de 60 anos, profundamente arraigada na cidade. “Mudar cultura é importante, desde que seja uma cultura perdedora, que não tem crescimento, mas a Cultura Usiminas foi uma cultura vitoriosa. A Usiminas se tornou uma grande referência de empresa no Brasil e no mundo inteiro. Todas as decisões em termos de siderurgia na Europa, na Ásia, no Japão e nos EUA, levavam em conta as posições do comando e dos técnicos da Usiminas, que eram sempre ouvidos porque seus resultados levavam a isso”, salienta.

CULTURA USIMINAS

Luiz Carlos criticou o período em que Marco Antônio Castelo Branco esteve à frente da Usiminas e tentou imprimir mudanças mais voltadas para os interesses do mercado. “Ele partia do pressuposto básico de destruir a Cultura Usiminas, dizendo que era preciso mudar paradigmas. Ele começou a destruição de uma empresa vitoriosa, mas acabou saindo derrotado. O mal sempre vai sair derrotado, o bem será vencedor”, profetizou.

Ainda conforme Miranda, “naquele momento começou-se a tentar desqualificar resultados de sucessos, de homens e mulheres de uma região que investiram numa cultura própria, que era a ligação dos japoneses com o povo de Minas Gerais”.

Segundo o sindicalista, “empresa de aço tem no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ouro Branco – o diferencial nisso era a relação com a comunidade que nós tínhamos. A energia maior que se levava para dentro da Usiminas, que era a energia social, a preocupação com as creches, com o lazer, com a cultura, com o desenvolvimento, com todos os cidadãos.

Isso era levado para dentro da empresa e transformado em resultados positivos na área de segurança, tecnologia, produtividade, qualidade, porque o trabalhador se sentia tranquilo e consciente de que a família dele estava sendo cuidada pela empresa. Como dizia o dr. Amaro Lanari, ‘uma empresa de qualidade, uma empresa de sucesso só alcança esta condição se ao redor dela existirem homens e mulheres vitoriosos’”.

RUPTURA
Miranda também criticou o que considera “uma postura autoritária” da gestão Eguren, que foi a proposta de se desfazer os passivos da companhia. “Eles chegaram aqui com esse autoritarismo, abandonando todo o relacionamento com a cidade, fechando o apiário, tentando fechar a Consul – que é uma instituição de balizamento de preços e qualidade –, que tem mais de 50 anos no mercado; tentando vender os terrenos e os passivos da empresa, com certeza, sem pensar no futuro da siderúrgica, sem pensar nas gerações futuras. Nós alertamos os acionistas, principalmente os japoneses e a Caixa dos Empregados, sobre estas medidas. Depois de várias denúncias parece que, agora, parte dos acionistas percebeu que era hora de romper”.

INVESTIMENTO

Miranda defendeu ainda o aprofundamento deste “momento de ruptura”, exortando os acionistas japoneses a investirem na siderúrgica, para torná-la mais competitiva. “A Usiminas precisa de investimentos. Tem equipamentos danificados. Já que foram os japoneses, que são sócios majoritários e que propuseram a ruptura, é hora de fazer investimentos nos fornos, num novo lingotamento contínuo para reaquecer a siderúrgica e fazê-la voltar a ter índices de qualidade e produtividade proporcionais aos que tínhamos antes de 2008”, arrematou.

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