Policia

Lúcio e Pitote vão responder na Justiça pela morte de jornalista

Lúcio Lírio Leal não puxou o gatilho, mas armou a cilada. Pitote vai responder também pelo assassinato de Carvalho

IPATINGA –
O Ministério Público (MP) ofereceu na última quinta-feira (22) denúncia ao Judiciário ipatinguense contra os dois homens suspeitos de executarem o jornalista Rodrigo Neto, em 8 de março deste ano. Alessandro Neves Augusto, o Pitote, e o policial civil Lúcio Lírio Leal irão responder a processo pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio contra um amigo de Rodrigo que estava com o jornalista no dia do crime e também foi alvejado.

O inquérito foi encerrado na terça-feira da semana passada pela Polícia Civil de Belo Horizonte e os autos, remetidos ao MP, que, obedecendo ao prazo legal, efetuou a denúncia no fim da tarde de quinta-feira. Ontem, pela manhã, o documento foi distribuído no Fórum de Ipatinga, tanto para a 2ª Vara Criminal, quanto para os respectivos advogados dos suspeitos.

SIGILO
O teor da denúncia não foi divulgado, uma vez que investigações paralelas sobre o caso estão acontecendo sob sigilo. O objetivo do chamado inquérito complementar é tentar apurar a autoria e motivação para o homicídio, respostas que ainda não foram obtidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil.

Pela morte do jornalista, a dupla havia sido indiciada pela polícia por homicídio qualificado – utilizando meio que dificultou defesa da vítima – e tentativa de homicídio. Entretanto, a promotoria acrescentou uma nova qualificadora ao crime contra o amigo de Rodrigo Neto e denunciou os dois homens também por tentativa de homicídio qualificado com o objetivo de assegurar a impunidade.

A denúncia também alterou itens do inquérito policial sobre a participação de Lúcio no crime. O DHPP apontou o policial civil como um dos executores de Rodrigo. Porém, a promotoria de justiça entendeu que Lúcio Lírio Leal não “puxou o gatilho”, mas teve participação no homicídio. Ele foi enquadrado no artigo 29 do Código Penal, que trata de quem “de qualquer modo, concorre para o crime”. Entretanto, a pena do policial civil, caso haja condenação, não sofrerá redução.

CARVALHO
Contra Alessandro Neves pesa ainda uma outra denúncia pelo assassinato do repórter fotográfico Walgney Carvalho, assassinado a tiros em Coronel Fabriciano em 14 de abril. Por este crime, Pitote foi indiciado pela PC pelo crime de homicídio qualificado. A participação de Lúcio neste crime não foi constatada.

Mesmo com a denúncia, algumas diligências foram solicitadas pelo MP ao DHPP. Tratam-se de questões que não foram totalmente esclarecidas como quem seria o mandante do assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Nomes presentes no inquérito policial deverão ser novamente investigados.

Alessandro Neves Augusto e Lúcio Lírio Leal estão presos há mais de dois meses, respectivamente, na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e na Casa de Custódia do Policial Civil, em Belo Horizonte, onde ficam todos os agentes de segurança da instituição que são detidos.

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