Cidades

Liminar garante permanência da Consul no Shopping do Vale

IPATINGA – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu nova liminar à Cooperativa de Consumo dos Empregados da Usiminas – Consul, impedindo a venda do imóvel onde funciona o Hipermercado Consul, no Shopping do Vale do Aço. A decisão, do desembargador Pedro Bernardes, torna praticamente irreversível a permanência da Consul naquele centro de compras, conforme acredita o presidente da cooperativa, Matusalém Dias Sampaio, que concedeu entrevista coletiva para falar sobre a questão.

A disputa judicial vem se arrastando há alguns meses, após a Usiminas anunciar sua disposição em vender o imóvel, avaliado em R$ 28 milhões. A Rede Coelho Diniz, de Governador Valadares, chegou a fazer o pagamento de R$ 3 milhões, a título de entrada, mas o negócio foi embargado judicialmente depois que a própria Consul, que teria a prioriedade da compra, também depositar R$ 3 milhões na conta da Usiminas.

Matusalém mostrou-se também muito animado com um desfecho favorável para a cooperativa, tanto pela via judicial quanto pela possível realização de um acordo amigável, a partir da nova realidade que está sendo vivida pela Usiminas, com a nomeação do engenheiro Rômel Erwin de Souza para a presidência do Grupo Usiminas.

Estamos muito animados porque mudou a direção da Usiminas e agora estão lá profissionais de carreira, que sabem das questões da Consul com a Usiminas, valorizam a questão social e a cultura da Usiminas. Ao longo desses 52 anos completados no dia 26 passado, a Usiminas sempre foi uma empresa muito relacionada com a comunidade, sempre apoiou todas as ações da Consul, da Fundação São Francisco Xavier e da Usipa, entre outras, isso nos conforta bastante. Com a nova diretoria, está aberto um outro viés para que a gente possa conversar, discutir e resolver em definitivo essa questão relacionada com o imóvel do hipermercado no Shopping do vale do Aço , disse.

PATRIMÔNIO

Matusalém Sampaio esclareceu que ainda não procurou ou foi procurado pela Usiminas para conversar sobre a demanda, mas disse acreditar que isso vá ocorrer em breve.
“Estamos iniciando os contatos, o momento lá está ainda muito recente (Rômel Erwin assumiu no dia 25 de setembro passado), há uma série de questões que a nova diretoria está discutindo lá, mas estou certo de que iremos encontrar uma forma saudável de resolver essa questão, sem prejuízo para a cooperativa e para a comunidade”.

O presidente da Consul lembrou que a cooperativa conta com cerca de 70 mil associados e contribui com boa parte dos impostos arrecadados no município, além de manter programas sociais de apoio a entidades beneficentes de Ipatinga e setores esportivos.

“Podemos considerar que a Consul é um patrimônio da cidade, as pessoas nos procuram na rua, nos telefonam, fazem contato, oferecendo para ajudar a cooperativa nessa questão do imóvel. Isso nos conforta muito e nos incentiva a trabalhar mais, e é o que estamos fazendo, investimos no Hipermercado do Shopping e na loja do bairro Quitandinha, em Timóteo. Estamos nos preparando para receber bem os cooperados e demais clientes neste final de ano, que esperamos ser muito bom para todos. Podem estar certos de que vamos estar juntos ainda ao longo de muitos anos, se Deus quiser”, concluiu.

Processo pode ser anulado mediante acordo amigável
O advogado que representa a cooperativa em Ipatinga, Rodrigo Cardoso, explicou ontem o andamento do processo judicial travado entre a Usiminas e a Consul em torno de onde funciona o hipermercado, no Shopping do Vale do Aço. Ele disse que tudo encontra-se ainda na fase inicial, de instrução e produção de provas, e é difícil prever um prazo para a conclusão, a não ser que haja um acordo amigável entre as partes.

“No primeiro momento, quando entramos com uma ação na Justiça, conseguimos uma liminar assegurando que o imóvel da Consul não fosse vendido até a decisão final do juiz. A Usiminas entrou com um um recurso – agravo de instrumento – dizendo que tinha um imóvel a ser vendido e que ela estava sofrendo ameaça de prejuízos por não conseguir alienar o imóvel. No primeiro momento o Tribunal de Justiça concedeu a revogação da liminar. Na sequência nós entramos com um recurso – embargo de declaração – junto ao mesmo desembargador Pedro Bernardes esclarecendo que não havia o alegado risco de prejuízo e depositamos os R$ 3 milhões correspondentes à primeira parcela do valor que seria devido pela compra. Isso tranquilizou e foi restabelecida no cartório a impossibilidade da venda do imóvel. Mas recentemente, a Usiminas também tentou por meio de um embargo de declaração reverter essa decisão para terminar o negócio celebrado com o Coelho Diniz, mas em seu despacho o desembargador reafirmou que não existe mais prejuízo para a Usiminas, uma vez que a Consul está depositando o dinheiro correspondente à operação. Seguindo essa lógica, ele manteve a decisão do bloqueio e por isso o imóvel permanece com a Consul sem a possibilidade de a Usiminas, nesse momento, alienar a quem quer que seja.”

Lembrando que o processo está apenas no início, na fase de instrução, o advogado acredita que a demanda ainda vai se alongar. “Qualquer solução rápida só acontecerá mediante uma espécie de acordo”, concluiu.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com