IPATINGA – A concessão do título de utilidade pública ao Movimento Gay e Simpatizantes (MGS) Vale do Aço tem encontrado resistência na Câmara Municipal de Ipatinga. De acordo com o secretário da entidade, Lau Ferreira, o fundamentalismo religioso é responsável por dificultar esta conquista.
“A influência religiosa dentro da Câmara tem dificultado obtermos este direito. Esquecem que o Estado é laico e não reconhecem, até o momento, os cidadãos que representamos. Pagamos nossos impostos, cumprimos nossos deveres e prestamos importantes serviços à sociedade. Por qual motivo não conseguimos este direito que é comum a tantas outras entidades?”, questionou o representante do MGS-Vale do Aço ao se reunir com a vereadora Lene Teixeira (PT).
A entidade atende toda a população do município e região metropolitana com palestras sobre educação sexual, prevenção e combate a doenças sexualmente transmissíveis, distribuição de preservativos, orientação às vítimas de preconceito, entre outras atividades.
RECONHECIMENTO
Durante a reunião com o secretário do MGS, a vereadora Lene Teixeira (PT) garantiu que irá apresentar ao plenário da Casa o projeto de lei que concede o título de utilidade pública ao grupo. “Está mais do que evidente a importância do serviço que a entidade presta. Independente de conceitos religiosos, o MGS precisa ter seu reconhecimento garantido”, pontuou a vereadora que preside a Comissão de Saúde, Trabalho e Bem Estar Social da Câmara.
Cerca de 50 pessoas por dia buscam algum tipo de atendimento junto à entidade. Para Lau Ferreira, a conquista do título de utilidade pública no município de Ipatinga se faz importante para aumentar a visibilidade e a credibilidade da instituição. “Já dispomos deste título na esfera estadual e estamos prestes a conquistá-lo no âmbito federal. Não há motivos para não termos este mesmo reconhecimento dentro da cidade em que vivemos”, afirmou o representante do MGS-Vale do Aço.
