Policia

Justiça ouve testemunhas no caso da missionária Anelise

Comitê Rodrigo Neto

IPATINGA – Quatro audiências de instrução foram realizadas nessa quarta-feira (13) para que testemunhas no caso da missionária Anelise pudessem ser ouvidas. As sessões foram feitas na Vara de Execuções Criminais (VEC) e presididas pelo juiz Paulo César Mourão Almeida. Mais um interrogatório está marcado para hoje e outro para o próximo dia 21.
Anelise Teixeira Monteiro Carlos, 38 anos, foi assassinada em janeiro de 2007. O réu que responde pelo homicídio é o cabo da Polícia Militar Joel Fernandes dos Reis, que atualmente está lotado no 1º Batalhão, em Belo Horizonte. Na ocasião dos fatos o militar trabalha em Ipatinga no 14° BPM. A principal testemunha no caso, Daniel Silva Araújo, 48 anos, foi executada em abril de 2010.

AUDIÊNCIAS

As audiências foram realizadas por meio de carta precatória já que o processo tramita na Comarca de Caratinga, ou seja, o juiz daquela cidade solicitou que o Poder Judiciário ipatinguense ouvisse as testemunhas no caso, já que elas residem na região do Vale do Aço.
O caso da missionária voltou à tona após a morte do jornalista Rodrigo Neto, assunto o qual volta e meia ele remexia cobrando punição. A morte da mulher não foi objeto de investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas, fez parte de um dossiê produzido pelo Comitê Rodrigo Neto que foi entregue em mãos ao governo do Estado.

RELEMBRE O CASO
O corpo de Anelise foi encontrado às margens da Lagoa Silvana por pescadores e na prática nenhum suspeito ainda foi punido, apesar das investigações e da denúncia do Ministério Público. A missionária foi morta por estrangulamento. No corpo havia também sinais de facadas e cortes em seu pescoço e abdômen. Segundo a perícia, foi uma tentativa de fazer com que o corpo não boiasse.
Anelise pertencia à Igreja Evangélica Fogo para as Nações e viajava em missões pela congregação. Na ocasião de sua morte, Anelise saiu da cidade de Teixeira em direção a Ipatinga, onde morava, e pegaria um vôo para São Paulo. No entanto, não deu mais notícias, sendo identificada por três de seus irmãos.
Três anos antes de ser morta, a missionária e seu marido haviam sofrido um atentado a tiros. O marido de Anelise foi alvejado por quatro disparos, mas conseguiu se salvar. Durante as apurações da Polícia Civil, foi traçada uma linha de investigação envolvendo os dois crimes.

INVESTIGAÇÃO

Em junho de 2007, a investigação da morte da missionária teve avanços. A delegada Adeliana Xavier Santos, responsável pelo inquérito, relatou que havia dois suspeitos, entre eles um cabo da Polícia Militar. Em 2009, o Ministério Público acatou o inquérito da Polícia Civil e denunciou o militar à Justiça.
As investigações feitas pela PC chegaram até o cabo da PM por meio de um motorista de táxi, que se tornou a principal testemunha do caso, mas em 9 de abril de 2010, ele foi assassinado com oito tiros na zona rural de Ipatinga. A queima de arquivo até hoje não foi solucionada. A última matéria feita por Rodrigo Neto sobre este caso foi publicada em março de 2011.
O processo, iniciado na comarca de Ipatinga, foi transferido em 2011 para Judiciário de Caratinga, em razão da localidade onde o corpo foi encontrado. O cabo da PM responde por homicídio simples, cuja a pena varia entre seis a 20 anos de reclusão.

AMEAÇA
O jornalista e radialista Rodrigo Neto se envolveu diretamente neste caso com reportagens que cobravam a solução para este crime. Em agosto de 2008, o quadro “O que o tempo não apagou”, apresentado por ele na rádio em que ele trabalhava, relembrou a história, trazendo uma entrevista com um amigo da missionária.
O nome do policial militar acusado do crime pode ser conferido junto ao Ministério Público, especificamente na Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, que tem hoje como titular Francisco Ângelo Silva Assis. Antes de ser morto Rodrigo relatou ao MP que sofreu ameaças de morte por parte do PM. Até mesmo o 14° Batalhão da PM confirmou a existência formal dos relatos.

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