Policia

Justiça manda Pitote a Júri Popular por morte de Carvalho

(Fotos: Arquivo DP)

FABRICIANO – O juiz Vitor Luís de Almeida, titular da Vara Criminal de Coronel Fabriciano, decidiu na última quarta-feira (17) mandar a julgamento Alessandro Neves Augusto, “Pitote”, no processo que investiga a morte do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, assassinado em abril de 2013.

A decisão – oficialmente chamada de pronúncia – é tomada quando o juiz entende que existem fortes indícios que apontam o réu como autor do crime em questão. Pitote é apontado em inquéritos policiais como executor não só de Carvalho, como também do jornalista Rodrigo Neto de Faria, morto no dia 8 de março do ano passado, no bairro Canaã, em Ipatinga.

Segundo o advogado de defesa Rodrigo Márcio, o caso envolvendo o jornalista Rodrigo Neto está em fase mais adiantada do que o de Carvalho. “Em relação a Rodrigo o processo está em fase de julgamento de recurso em Belo Horizonte; já o de Carvalho ainda tramita em Fabriciano”, explica.
Segundo consta na denúncia, em julho de 2013, o DHPP também apontou no inquérito Alessandro Neves como o executor do repórter fotográfico. Segundo a polícia, a morte de Walgney Cravalho foi uma queima de arquivo.

RELAÇÃO
Segundo o delegado da DHPP, além das provas técnicas, o delegado Emerson Morais relata que existem outras provas que levam a crer que Pitote é o assassino de Carvalho. Segundo Emerson, as características da motocicleta usada pelo executor de Carvalho são as mesmas da moto emprestada por um amigo a Pitote, dias antes da morte do fotógrafo.

Rodrigo Márcio, advogado de defesa de Pitote, diz ainda que Carvalho teria sido morto pela mesma pessoa que o ajudou a matar Rodrigo. “Este homem que foi apontado pelo meu cliente como o ajudante do Carvalho no crime do Rodrigo, depois também tirou a vida do Walgney, talvez por medo de ser descoberto”, conta.

PRONÚNCIA
A Promotoria apontou uma série de provas que incriminam Pitote, entre elas: os laudos de vistoria no local do homicídio, necropsia, o exame de balística, que atestou que a arma utilizada nos dois crimes foi a mesma, a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos e as provas orais produzidas na fase judicial.

O parecer aceita integralmente a denúncia da representante do Ministério Público, a promotora Caroline Pestana Gomes, que pediu que Alessandro Neves fosse julgado por homicídio duplamente qualificado: por recurso que dificultou a defesa da vítima, e a finalidade em assegurar a impunidade de outro crime (queima de arquivo).

Em sua justificativa em relação à autoria do crime o magistrado diz: “apesar das alegações defensivas, entendo que, ao menos nesta fase, havendo dúvida sobre as circunstâncias do crime, inclusive no que diz respeito à autoria, não é o caso de se declarar à impronúncia ou mesmo a absolvição sumária do acusado”, diz um trecho da sentença.

QUALIFICADORAS
Já em relação às qualificadoras o juiz afirmou que deixará a cargo dos jurados a decisão de retirar ou não as qualificações. “No que diz respeito às qualificadoras do recurso que dificultaram a defesa da vítima e da finalidade em assegurar a impunidade de outro crime, penso que devem ser mantidas e submetidas ao Conselho Popular, porquanto este não é o momento processual mais adequado para sua apreciação, até a existência de indícios de sua ocorrência, especialmente em razão das declarações judiciais das testemunhas que estavam no local e exames periciais, os quais ensejam que a vítima foi surpreendida com a conduta do agente do crime e que o delito pode ter sido praticado no intuito de assegurar eventual impunidade com relação ao homicídio anterior, que vitimou Rodrigo Neto Faria”, aponta uma parte do documento.

DEFESA
A pronúncia, no entanto, deve ser contestada pela defesa, nessa sexta-feira (19). Segundo o advogado Márcio Rodrigo ele impetrará recurso no fórum de Coronel Fabriciano alegando negativa de autoria e pedindo a absolvição primária do acusado.

“Vou usar as mesmas provas que foram apresentadas a vocês da imprensa. Pitote era amigo de Carvalho, portanto, não tinha motivos para cometer o assassinato, e também no dia da morte de Walgney, Alessandro não estava em Coronel Fabriciano, portanto, não pode ter sido ele o executor do fotógrafo”, finaliza.

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