As jogadoras da Seleção feminina reclamam que são desvalorizadas: fala de apoio e de patrocínio (CBF)
SÃO PAULO – A Seleção Brasileira de Futebol Feminino estreou no domingo (9) com goleada de 4 a 0 sobre a equipe de Portugal na abertura do Torneio Internacional Cidade de São Paulo 2012, no Pacaembu. Após o jogo, o técnico Márcio de Oliveira, que participou de sua primeira partida pela equipe, esteve na coletiva juntamente com a zagueira Fabiana Baiana – eleita a melhor em campo – e a goleira Andreia Suntaque. Diante questões sobre o reconhecimento da Seleção Feminina, as jogadoras foram enfáticas. “Nós da Seleção Feminina ganhamos pouco e ainda somos muito desvalorizadas”, falou Baiana. Já Andreia completou: “Não temos que comparar o time masculino com o feminino. Vestimos essa camisa pelo amor à pátria. Não ganhamos nada e ainda temos uma cobrança enorme em cima de nós”, completa.
MACHISMO
A goleira ainda fala da cultura do país que, infelizmente, só tem olhos para prestigiar o time masculino. “Joguei o ano inteiro sem receber, é complicado, mas agora consegui o patrocínio de uma faculdade e tenho uma bolsa 100% e uma ajuda de custo. Muitas jogadoras têm ajuda de faculdades”, analisa. Porém, sua energia está para o que vem pela frente: “Temos que focar no planejamento das Olimpíadas e com o ciclo de renovação. As coisas vão acontecer”, anima-se.
TALENTO
Já o técnico Oliveira afirmou que as jogadoras em pouco tempo já demonstram seu talento e que, com muito treino, continuarão a praticar um bom futebol que trará benefícios futuros. “Precisamos nos preparar e formar um time tático, além de desenvolver novos talentos, o que é sempre importante”, afirma. Em relação aos desabafos das jogadoras, o técnico foi direto: “É complicado trabalhar com jogadoras que não recebem, se eu fosse machista não estaria aqui. Temos um projeto para o Futebol Feminino começando pela base, já trabalhei com a categoria Sub 20”, fala.
