Internacionais

Itália confirma 200 contágios por coronavírus

Itália se torna primeiro país europeu a decretar quarentena em cidades inteiras, isolando cerca de 52 mil pessoas

ITÁLIA – O número de contágios pelo coronavírus na Itália subiu para 200, após a realização de cerca de três mil exames em pacientes suspeitos de ter a doença. Já há cinco mortes confirmadas no país.

A proliferação da enfermidade afeta principalmente quatro regiões do norte da Itália, e a maioria dos casos foi registrada na região da Lombardia, onde há 89 contaminados. Em Vêneto, foram relatados 24 (dois deles na cidade de Veneza).

No sábado, as autoridades italianas confirmaram a morte de duas pessoas pela doença, em Vêneto e na Lombardia.

A medidas para conter a disseminação do coronavírus provocaram a suspensão do tradicional Carnaval de Veneza, um dos eventos mais importantes da cidade dos canais e que havia começado há uma semana, com encerramento originalmente previsto para esta terça-feira. A decisão foi divulgada neste domingo pelo governador da região de Vêneto, Luca Zaia.

No norte italiano, cerca de 52 mil pessoas despertaram neste domingo em áreas onde nem a entrada nem a saída estava autorizada “salvo exceções particulares”, como anunciou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

Com o fechamento de empresas e estabelecimentos comerciais e públicos, o cancelamento de eventos culturais e o adiamento dos jogos de futebol, o governo italiano tenta proteger parte das regiões da Lombardia (norte) e Veneto (nordeste) para impedir uma maior disseminação do surto.

A primeira medida de confinamento no mundo foi decidida em 23 de janeiro para os 11 milhões de habitantes de Wuhan, cidade do centro da China onde o surto surgiu em dezembro.

As imagens de emissoras italianas mostraram neste domingo uma ausência de barreiras ao redor das 11 localidades interditadas. O decreto de lei prevê, entretanto, sanções de até três meses de prisão para quem não cumprir a determinação.

Também aumentou para nove a cifra de infecções na cidade de Piacenza, na região vizinha de Emília Romanha, enquanto foram elevados a seis os resultados positivos em Piemonte.

Outros dois casos, de turistas chineses, foram diagnosticados há alguns dias na região do Lácio.

Do total de infectados, “54 estão internados em hospitais, 26 em unidades de terapia intensiva e 29 em isolamento domiciliar”, acrescentou o chefe de Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli, em uma breve aparição diante da mídia para atualização dos dados no domingo 23.

A região da Lombardia também anunciou o fechamento durante a próxima semana de todas as escolas, universidades e a suspensão de eventos públicos e atividades comerciais naquela que é a área mais rica do país.

Borrelli explicou que ainda não foi possível localizar quem é o chamado “paciente zero” que espalhou o víru. “Assim, é difícil prever como será a disseminação”, ressaltou.

Aparentemente, é analisada a possibilidade de que a origem das infecções seja um italiano de 38 anos que, inicialmente, acreditava-se ter sido infectado ao jantar com um amigo que visitou a China e retornou do país em 21 de janeiro.

No entanto, o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri, confirmou no sábado que o suposto “paciente zero” que teria infectado seu amigo depois de voltar da China nunca teve o vírus.

O chefe da Proteção Civil italiana anunciou que já existem “milhares de camas” disponíveis em dezenas de quartéis militares na Itália, caso seja necessário declarar uma quarentena.

Borrelli explicou que o Exército disponibilizou às autoridades 3.412 camas, enquanto a Força Aérea, cerca de 1.750, e que estão sendo feitos contatos para se usar hotéis, se necessário.

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