(DA REDAÇÃO) – O pastor da Igreja Metodista Wellington Pereira da Silva, natural de Ipatinga, é um dos integrantes da delegação brasileira que participa até o próximo dia 19 do Fórum Político de Alto Nível da ONU em NY. Durante o encontro, representantes governamentais e não governamentais avaliam o progresso rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), dois anos depois de eles terem sido adotados pela comunidade internacional. “Os países membros apresentam seus relatórios sobre o enfrentamento à pobreza e a desigualdade, dentre outras metas. O Brasil será um dos países a apresentar relatório e, infelizmente, não deve se sair bem, pois as medidas do atual governo priorizam os ajustes fiscais sem levar em conta os mais pobres e vulneráveis. A sociedade civil preparou um ótimo relatório alternativo e faremos o devido contraponto”, adianta Wellington.
Erradicar a pobreza é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 1. Foto: ONU Habitat/Astrid Yanes
NINGUÉM PARA TRÁS
Na abertura do evento deste ano, Frederick Shava, presidente do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), disse que, para ter sucesso, o evento deve “enviar uma forte mensagem de nosso compromisso coletivo de não deixar ninguém para trás enquanto buscamos a rápida implementação da Agenda 2030”.
Na reunião deste ano — a segunda desde a adoção da nova agenda de desenvolvimento, em 2015 — tem como tema “erradicar a pobreza e promover a prosperidade em um mundo em transformação”.
Shava afirmou que as discussões deste ano irão focar na eliminação da pobreza e da fome, em garantir vidas saudáveis, atingir a igualdade de gênero, construir infraestrutura resiliente, implementar parcerias e construir a partir do progresso obtido na Conferência dos Oceanos para conservar e usar os oceanos de maneira sustentável.
MINISTROS
O Fórum Político de Alto Nível da ONU ocorre de 10 a 19 de julho e também inclui um segmento ministerial de três dias, para o qual mais de 70 ministros são esperados, e que será realizado com o segmento de alto nível da sessão anual do ECOSOC.
Além disso, a sessão incluirá discussões sobre os desafios e brechas para atingir a agenda de desenvolvimento em 44 países que se voluntariaram a enviar relatórios, entre eles o Brasil, e mais de 120 eventos paralelos relacionados aos ODS.
“O fórum é o local para se estar quando se refere à revisão global dos ODS”, disse o sub-secretário-geral para Assuntos Sociais e Econômicos, Wu Hongbo, em coletiva de imprensa.
Ele enfatizou a importância de todos os países e de uma ampla variedade de atores adotarem a Agenda 2030 e trabalharem para fazê-la funcionar para todos, incluindo os mais vulneráveis, como as pessoas com deficiências.
SIM E NÃO
“Tivemos sucesso até agora? Sim”, disse Wu, citando o relatório do secretário-geral sobre o progresso da Agenda 2030 que será lançado durante o fórum. “Estamos satisfeitos? Não. Essa é a beleza do fórum político de alto nível. É uma plataforma global e central por meio da qual os países podem dizer onde estão, então, é muito importante”.
Em discurso mais cedo, Wu disse estar surpreso com o avanço dos países rumo aos objetivos globais, mas também com o muito que resta a ser feito. Por exemplo, mais de 767 milhões de pessoas viviam com menos de 1,90 dólar por dia no mundo em 2013, apesar de quase 1 bilhão de pessoas terem saído da pobreza desde 1999.
