Cidades

Ipatinga registra surto da síndrome mão, pé e boca

Maior parte dos casos notificados vem de creches do município. Secretaria de Saúde orienta pais e professores sobre cuidados importantes para conter avanço da doença

 

IPATINGA – O município está vivendo o surto da síndrome conhecida como mão, pé e boca, causada pelo vírus cosxackie. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, mais de 30 casos da doença, todos em crianças, foram registrados no Departamento de Vigilância em Saúde (Devs). Ainda pouco conhecida, a síndrome é virótica e altamente contagiosa. A maior parte das notificações vem de creches localizadas nos bairros Limoeiro, Bethânia, Caravelas e Canaãzinho. A partir da notificação de dois casos na mesma localidade, as autoridades de saúde consideram a situação de surto da doença.

A Secretaria Municipal de Saúde orienta professores e diretores de instituições de ensino como creches e escolas infantis quanto à importância da notificação dos casos junto ao Devs, que realiza a investigação da doença. O telefone do Devs é 3829-8780.

TRANSMISSÃO

A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Carla Lage Barreto Mosci, explica que o vírus que causa a doença é transmitido por via oral ou fecal; através do contato direto com a saliva; feridas avermelhadas que se formam nas mãos e pés; pelo contato com as fezes de pessoas infectadas ou então através de alimentos e objetos contaminados. Ao detectar a síndrome, o paciente deverá se ausentar por sete dias do ambiente escolar, além de evitar o contato com outras crianças em casa.

Ainda de acordo com a enfermeira, “como não há vacina contra a doença, a melhor forma de evitá-la é não beijar, abraçar ou compartilhar utensílios com o paciente”. Além disso, especialistas na área de saúde aconselham que nas escolas e em casa as superfícies tocadas com frequência pelo doente sejam limpas e desinfetadas com álcool. É recomendável, também, lavar as mãos com água e sabão frequentemente, principalmente após trocar fraldas e usar o banheiro.

FEBRE

Geralmente a doença começa com febre entre 38°C e 38,9°C. A partir do segundo dia as lesões aparecem nos pés e nas mãos, mas de forma moderada, pequena e sem dor. Em alguns casos surgem, ainda, na área das coxas e nádegas, o que pode ser confundido com assadura.

“Um a dois dias após o início da febre surgem lesões características na boca (Herpangina). Geralmente começam como pequenas manchas vermelhas, que podem ter de 2 a 4 mm de tamanho. A maioria dos casos ocorre de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem cicatrizes”, esclarece Mara Fernanda Alves (FOTO), diretora do Devs de Ipatinga.

BOLHAS

Todos esses sintomas costumam desaparecer entre cinco e sete dias. Porém, as bolhas podem permanecer por até quatro semanas. Por isso, na maior parte dos casos o tratamento é sintomático, com antitérmicos e analgésico. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e se alimente bem, apesar da dor de garganta. Mesmo depois de recuperada, a pessoa infectada pode transmitir o vírus em fezes, pelo mesmo período. Embora seja mais frequente em crianças menores de cinco anos, a doença pode afetar adultos.

“Embora seja uma doença benigna, pode haver risco de complicações como meningite. Por isso, é importante que a pessoa procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa, assim que os sintomas surgirem”, ressalta Mara.

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