Cidades

Ipatinga custeará estudo para destinação do resíduo sólido

Levantamento tem como objetivo encontrar a melhor alternativa para atender as dez cidades do Leste de Minas que receberam recursos da Fundação Renova para investir em saneamento básico

IPATINGA – O Executivo de Ipatinga confirmou durante reunião do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Vale do Aço (CIMVA), que custeará, por meio do recurso disponibilizado pela Fundação Renova, um estudo de viabilidade que visa buscar a melhor alternativa aos municípios no que diz respeito à gestão de resíduos sólidos. O projeto, que deve ser executado nos próximos meses, custará aproximadamente R$ 450 mil.

A reunião contou com a presença de seis prefeitos das dez cidades, entre eles Nardyello Rocha, de Ipatinga. Os municípios beneficiados são aqueles cortados pela calha do rio Doce, que foi atingida pelo desastre ecológico ocorrido em 2005, em Mariana. O encontro foi realizado na sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Vale do Aço (Consaúde), no bairro Caravelas.

RESÍDUO SÓLIDO

A diretora do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Ipatinga, Núbia Laís Fernandes, explica que o estudo de viabilidade faz parte de um grande projeto de gestão de resíduos sólidos, que será executado pela atual administração, com recursos do Programa de Coleta e Tratamento de Esgoto e de Destinação de Resíduo Sólido, da Fundação Renova.

“Após o desastre provocado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a Fundação Renova, como forma de apoiar os municípios que de certa forma foram atingidos com a lama que desceu pelo rio Doce, viabilizou uma reparação econômica especial. Porém, do total do recurso, que somente pode ser investido em saneamento, 90% é para esgoto sanitário e 10% devem ser investidos na área de resíduo sólido. Portanto, o estudo de viabilidade será feito dentro da porcentagem disponível, para pensarmos em uma destinação para o lixo. É uma forma que Ipatinga encontrou para ajudar os demais municípios em busca de uma solução eficiente para esse problema”, explicou.

SEM ATERRO

Núbia lembra que no início dos debates a proposta inicial era a criação de um aterro sanitário. Contudo, essa alternativa não seria uma opção viável para todos os municípios. “Ipatinga tem contrato com a Vital Engenharia até 2027, e esse contrato garante a destinação do lixo para o aterro deles. Então, não seria interessante para nós destinar parte do nosso recurso para tal. Sem contar que aterro é um gasto eterno. Mesmo se for desativado algum dia, os municípios terão que custear a permanência dele. Portanto, a ideia do estudo de viabilidade é a melhor opção, para que ele aponte uma solução eficaz que atenda todas as cidades envolvidas”, detalhou.

ALTERNATIVAS

Atento ao desdobramento dos assuntos debatidos, em seu pronunciamento o prefeito Nardyello Rocha foi sensível quanto à situação dos demais municípios e disse que fará o que for melhor para Ipatinga, mas sem deixar de atender as necessidades das demais cidades.

Em concordância com as ideias dos prefeitos das demais cidades, o Executivo ipatinguense acredita que o estudo de viabilidade pode apontar a criação de uma Usina de Triagem e Compostagem de Lixo como alternativa para atender da melhor maneira a todos.

“O estudo de viabilidade, que será todo custeado pelo município de Ipatinga, é uma forma que encontramos de beneficiar as demais cidades com algo que no futuro venha nos trazer as possibilidades viáveis para solução deste problema. Vejo a criação da Usina de Triagem e Compostagem como a forma correta de se fazer a gestão do lixo urbano, não apenas por gerar benefícios ao meio ambiente. Outro problema que seria solucionado com a implantação da Usina é essa questão da destinação do vidro na cidade, que hoje é um grande gargalo para ser resolvido, uma vez que não temos para onde destinar o grande volume produzido. É também uma grande iniciativa voltada para a geração de emprego e renda e garantia de condições mais dignas às famílias que se encontram na linha da vulnerabilidade. Essa opção traz para Ipatinga um senso de responsabilidade com o meio ambiente e ainda gera inclusão social”, defendeu o chefe do Executivo local.

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