Cidades

Ipatinga chama à responsabilidade hospitais de Fabriciano e Timóteo

IPATINGA – A Secretaria de Saúde de Ipatinga (SMS) vai continuar garantindo a integridade física e profissional dos servidores e dos usuários referenciados na Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24 Horas, do bairro Canaã, diante do aumento na quantidade de pacientes nos últimos dias e da pressão por que passam as equipes de profissionais para assegurar os atendimentos.

Ao mesmo tempo, em parceria com a Procuradoria Geral da Prefeitura, a SMS estuda as medidas cabíveis para cobrar que o Hospital Vital Brazil, de Timóteo, retome imediatamente os serviços ambulatoriais de urgência pediátrica à população dos municípios referenciados na instituição. Cabe frisar que o contrato atual entre a Sociedade Beneficente São Camilo, mantenedora do Hospital Vital Brazil, e o governo do Estado foi firmado com o compromisso de atendimento pediátrico ambulatorial de urgência.

PORTA PÚBLICA

A estratégia foi anunciada pelo secretário de Saúde de Ipatinga, Eduardo Penna, após participar de uma reunião na sede da Superintendência Regional de Saúde (SRS), na última quarta-feira (15), para tratar da suspensão dos atendimentos pediátricos nos hospitais de Fabriciano e Timóteo.

“Sem contar com uma ‘porta pública’ de urgência e emergência médicas, os pacientes dessas cidades vizinhas buscam socorro na UPA de Ipatinga, gerando uma crescente sobrecarga no volume de atendimentos diários na unidade, o que pode até comprometer a prestação dos serviços. Vamos zelar pelos profissionais da UPA, os usuários e a qualidade do atendimento em urgência e emergência, que é o principal propósito da unidade”, reforçou o secretário.

SEM DEFINIÇÃO
A reunião na sede da SRS também contou com as participações de representantes das Secretarias Municipais de Saúde de Coronel Fabriciano e Timóteo, da Secretaria de Estado da Saúde e da Sociedade Beneficente São Camilo, gestora das duas instituições que suspenderam o atendimento de urgência pediátrica alegando insuficiência de recursos para manutenção dos serviços. “Ao final do encontro, ainda não temos um encaminhamento definitivo sobre a questão e a UPA de Ipatinga não pode arcar com as consequências de forma isolada”, argumentou Eduardo Penna.

DEVER DE CASA
Nesta quinta-feira (16), o secretário de Saúde reafirmou a responsabilidade e o empenho da Administração Municipal no programa de reestruturação e qualificação da saúde pública em Ipatinga. “Estamos buscando fazer a nossa parte, mas o município não comporta e não pode ser penalizado pela desassistência na saúde por parte dos hospitais credenciados para atender a Microrregião de Timóteo e Coronel Fabriciano”, ponderou.

“Não há negativa de atendimento de casos de urgência, por parte do serviço público de saúde de Ipatinga e da UPA, em especial. Mas é imprescindível que as demais portas de urgência da região funcionem adequadamente e façam os atendimentos pelos quais são responsáveis. E isto é urgente”, completou Eduardo Penna.

UPA já opera com capacidade máxima
A UPA 24 Horas é a referência em urgência e emergência médicas para cerca de 370 mil habitantes dos 11 municípios Microrregião de Ipatinga. Conforme padrões técnicos do Ministério da Saúde, a unidade é dimensionada para atender uma área de abrangência de no máximo 300 mil pessoas. Portanto, é incabível à UPA de Ipatinga absorver também parte da demanda Microrregião de Timóteo e Coronel Fabriciano, que reúne oito municípios e uma população estimada em 210 mil. A interrupção dos atendimentos pediátricos pelo Hospital Vital Brazil deixou pelo menos 150 mil pessoas sem “porta de pública” de urgência de referência.

Por mês, a UPA de Ipatinga realiza em média 10 mil atendimentos. A unidade conta com uma equipe de 300 funcionários, aproximadamente. São 56 profissionais médicos, sendo sete para cada plantão, com as presenças de dois cirurgiões, dois pediatras e três clínicos. O custo mensal de manutenção é de R$ 1,5 milhão. A Prefeitura repassa R$ 1 milhão em recursos próprios do município e outros R$ 500 mil são bancados por meio de convênio com o Ministério da Saúde.


Prioridade são os casos graves

Na UPA 24 Horas, o atendimento não é priorizado por ordem de chegada. Todos os pacientes continuarão a ser acolhidos e classificados acordo com a gravidade de seu caso, obedecendo aos critérios do Protocolo de Manchester. Mas quadros mais graves, com risco para a vida do paciente, como acidentes vascular cerebral (AVC) e infarto, por exemplo, têm prioridade para as equipes de profissionais da unidade. Já os atendimentos de rotina, como consultas médicas ambulatoriais, trocas de receituário e agendamentos de exames, os usuários, inclusive os residentes em Ipatinga, são orientados a procurar as unidades básicas de saúde mais próximas de suas residências ou terão que aguardar.

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