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Inquéritos são concluídos e suspeitos têm prisão preventiva decretada pela Justiça

 Pitote e Lúcio foram indiciados por homicídio qualificado e tentativa de homicídio: Ministério Público agora deverá oferecer denúncia (Crédito: Fotos: Comitê Rodrigo Neto)

IPATINGA – A Polícia Civil concluiu nesta terça-feira (13) os inquéritos dos casos Rodrigo Neto e Walgney Carvalho, profissionais da imprensa assassinados, respectivamente, nos dias 8 de março e 14 de abril deste ano. O relatório final, elaborado pelo Departamento de Homicídios da Polícia Civil de Belo Horizonte (DHPP), indiciou o policial civil Lúcio Lírio Leal e o falso agente Alessandro Augusto Neves, o Pitote, pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio.

No dia 23 de julho passado, a PC havia concedido uma entrevista à imprensa em Ipatinga para falar a respeito do andamento das investigações que foram realizadas por uma força-tarefa montada em abril na região, composta por quatro delegados, três escrivães e 12 investigadores. Na ocasião, os agentes informaram que sete casos haviam sido concluídos e que as investigações das mortes de Rodrigo e Carvalho estavam em vias de serem finalizadas.
Conforme adiantado pela equipe, Lúcio e Alessandro estariam por trás da morte de Rodrigo Neto. Já Carvalho teria sido assassinado apenas por Pitote, uma queima de arquivo, já que o repórter fotográfico vinha afirmando publicamente que sabia quem havia matado Rodrigo Neto.

Pela morte de Rodrigo Neto, Lúcio e Pitote foram indiciados por homicídio qualificado com meio que dificultou a defesa da vítima e tentativa de homicídio, já que no dia do crime Rodrigo estava acompanhado de um amigo, que também foi alvejado pelos tiros. Alessandro foi indiciado ainda por homicídio qualificado pela morte de Walgney Carvalho.
Ainda na terça-feira (13), o Judiciário ipatinguense decretou a prisão preventiva de Lúcio e Pitote, que poderiam ser soltos amanhã, quando a prisão temporária dos dois venceria. Atualmente, o policial civil encontra-se detido na Casa de Custódia da PC, no bairro Horto, em Belo Horizonte. Já Alessandro permanece na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e responde ainda pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e ainda por uma tentativa de assassinato ocorrida em 2012, na cidade de Vargem Alegre.

INQUÉRITO COMPLEMENTAR
Paralelamente à conclusão das investigações, a equipe da PC instalada em Ipatinga instaurou um inquérito complementar que tentará desvendar os principais mistérios do caso Rodrigo Neto ainda não esclarecidos: a motivação e o mandante do crime. Até o momento, as apurações concluíram que Lúcio informou os passos de Rodrigo momentos antes da execução e Alessandro, de carona em uma motocicleta, atirou cinco vezes contra o jornalista. O DHPP trabalha com a hipótese de que o policial civil pudesse ainda estar pilotando a moto usada para o homicídio, mas também não descarta que uma terceira pessoa estivesse presente na cena.

Os inquéritos dos casos Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram relatados e entregues para análise ao Ministério Público das cidades de Ipatinga e Coronel Fabriciano, respectivamente. A instituição deverá, até o final da próxima semana, decidir por oferecer a denúncia contra os indiciados, e assim dar início ao processo judicial, ou solicitar novas diligências a fim de robustecer as provas contra os suspeitos.

Até o momento, a força-tarefa da PC em Ipatinga apurou a autoria do assassinato de outras 12 pessoas, tendo os crimes ocorridos entre 2007 e 2013, em Ipatinga e municípios vizinhos. Os trabalhos resultaram no indiciamento de 16 pessoas por homicídio. Outras três pessoas foram presas em flagrante, por porte ilegal de arma de fogo.

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