Policia

Idoso é atacado por cães da PM

Ainda ferido, Ângelo relembrou os momentos de terror pelos quais passou: “sangrei muito no carro da PM”

IPATINGA – Acostumado a caminhar todas as manhãs pelo tranquilo bairro Cariru, o aposentado Ângelo Valdeci Giubert, de 78 anos, teve seu hábito interrompido de maneira violenta na manhã da última quarta-feira (2). Quando finalizava o exercício e se preparava para retornar à sua casa, dois cães da Polícia Militar o atacaram e o feriram em diversas partes do corpo.

Segundo Ângelo, o ataque ocorreu por volta das 10h, na rua Etiópia, a poucos metros da residência onde mora. Ele contou que dois cães da raça pastor alemão correram em sua direção e um dos cachorros o derrubou, enquanto o outro avançou para cima dele. Os dois o atacaram com várias mordidas que resultaram em ferimentos na cabeça, tórax e pernas.

Os cães que atacaram Ângelo participavam de um treinamento externo no bairro Cariru juntamente com policiais militares. Os animais são utilizados em operações onde são exigidos faro aguçado, como na busca por pessoas desaparecidas, drogas e corpos.

Durante o ataque, os cachorros teriam desobedecido à ordem dos policiais para que deixassem a vítima, sendo que os próprios militares tiveram que retirar os animais de cima do idoso. Muito ferido, Ângelo foi levado em uma viatura da PM ao Hospital Márcio Cunha, onde permanece internado. “Sangrei muito no carro”, lembrou ontem (3) a vítima.
A filha dele, Ângela Giubert, confirmou que a PM deu o apoio necessário no socorro do pai após o incidente. Ela afirmou que estava em casa no momento do fato e, quando saiu de casa, viu o pai bastante ferido.

TRAUMA
Ângelo Giubert afirmou ainda que a situação não será esquecida por ele tão cedo. “Não foi só a mordida, a parte física, tem o trauma psicológico também”, disse. À reportagem do DIÁRIO POPULAR, o aposentado disse que ainda não sabe se processará o Estado, responsável pela PM, pelo ataque dos cães. “Vamos esperar para ver o que acontece”.

Nesta quinta-feira, o comandante do 14° Batalhão da PM em Ipatinga, o tenente coronel Edvânio Carneiro, lamentou o ocorrido. Ele explicou que são realizados treinamentos internos e externos, e que, no momento do ataque, os cães estavam sendo treinados em uma área cercada, mas conseguiram escapar por um buraco em uma cerca.

Ainda conforme Edvânio, um inquérito foi instaurado para apurar e esclarecer o caso e, caso seja comprovada a culpa da PM, os policiais presentes na ocorrência poderão responder por lesão corporal. O comandante informou que todo o apoio necessário está sendo prestado à família.

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