Cidades

Hospital Municipal atende com apenas cinco médicos

IPATINGA – O Hospital Municipal de Ipatinga (HMI) vem atendendo com cinco médicos – dois clínicos gerais, dois pediatras e um cirurgião – e somente um técnico em enfermagem segundo Geraldo Matias, membro do Conselho Municipal de Saúde, órgão criado para discutir o problema da saúde no município e que conta com integrantes indicados pela população e também pelo Governo.

A equipe médica do HMI vem atuando para atender a uma demanda de aproximadamente 90 pessoas que passam por ali diariamente e necessitam dos mais variados tipos de atendimentos. Matias denunciou ainda que também faltam motoristas para dirigir a ambulância do HMI.

PEDRADA
No último fim de semana, usuários revoltados protestaram na porta do hospital e uma pedra foi arremessada dentro do local, mas não atingiu ninguém.

O membro do Conselho explicou que a dificuldade de atendimento faz com que as pessoas se exaltem e descontem a raiva nos funcionários, que, segundo ele, não podem ser responsabilizados. “Os funcionários não têm boas condições de trabalho”, afirmou. Ele pediu também que a população tenha paciência com os trabalhadores do Pronto Socorro, pois a culpa dos problemas causados à população é da Administração Pública, e não dos servidores. “O povo tem que entender que a culpa não é de quem está atendendo e sim da Prefeitura”, avaliou.

Matias recomendou ainda que as pessoas procurem um posto de saúde antes de ir diretamente ao Pronto Socorro, para evitar a superlotação e também o risco de não ser atendido corretamente. “Se tem só um funcionário atendendo várias pessoas, o risco desse funcionário, que está trabalhando sob pressão, fazer algo errado, é grande”, explicou.

FALTA RESPEITO
Em mais um dia de grande movimento no HMI, a reportagem do DIÁRIO POPULAR encontrou com a caseira afastada Luíza Ferreira Mariano, de 59 anos, que há três horas esperava atendimento no Hospital. Ela contou que é diabética, sofre com a suspeita de câncer no fígado e foi ao Hospital com fortes dores no abdômen.

Luíza disse que antes de se deslocar ao HMI tinha se dirigido a um posto de saúde, onde lhe foi dado um remédio contra dor, que não resolveu seu problema. Já no pronto socorro, Luíza, que chegou a chorar de dor, foi recomendada por uma recepcionista a voltar para casa. Ela, que negou a recomendação da atendente, resumiu o problema da saúde pública da cidade: “Eu vejo que aqui não tem respeito por ninguém”, avaliou.


Geraldo Matias, do Conselho de Saúde, denunciou os problemas vividos
pelo setor                (Crédito: André Almeida)

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