Cidades

Governo amplia áreas de soltura de animais silvestres

BH – Com a preocupação de preservar a fauna silvestre e impedir que mais espécies desapareçam do seu habitat natural, o Governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), amplia ações do projeto Asas (Áreas de Soltura de Animais Silvestres), desenvolvido em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O número de propriedades rurais cadastradas como área de soltura autorizada já passa de cinco dezenas e o IEF prevê ainda a disponibilização de sete novos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).
Segundo a bióloga Alice Rabelo de Sá Lopes, da Diretoria de Proteção à Fauna do IEF, ampliar as ações é necessário, pois apesar da aparente conscientização da sociedade para preservação, o número de animais apreendidos continua em torno de 10 mil ao ano.
“As áreas disponibilizadas por voluntários para soltura nas diversas regiões do estado já chegam a 56 e o número de Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) vai passar dos atuais três para 10 até 2019”, revela Alice.
Os Cetas recebem os animais antes de eles serem cuidadosamente preparados para a volta à natureza.
Ao detalhar os dados do projeto Asas, o IEF relembra que assumiu a fauna do estado em novembro de 2013. No levantamento até junho de 2017 foram recebidos nos Cetas 35.754 animais silvestres, a maioria proveniente do tráfico. O número é considerado alto pelos órgãos ambientais e demonstra que o desafio continua grande.

MUDANÇA
O pecuarista Ronaldo Pinheiro Marques tem uma propriedade no município de Janaúba, Território Norte de Minas Gerais, a 545 km de Belo Horizonte. Há quatro anos ele passou a observar que era cada vez menor o número e a variedade de pássaros no dia a dia da fazenda.
“Eu fui criado na roça e percebi a região ficando sem o canto dos passarinhos. Conversei com alguns amigos e logo surgiu a ideia de procurar o IEF e o Ibama e, no dia 3 de junho de 2014, a nossa área foi integrada ao projeto Asas”, conta.
O parceiro janaubense do projeto ficou conhecido na região e é sempre procurado por pessoas que encontram animais em situação de vulnerabilidade ou criado ilegalmente em casa.
“Explico que não posso receber e soltar na minha fazenda, mas que é preciso seguir as normas estabelecidas pelo Asas e recomendo a entrega no Cetas”, enfatiza Marques.
O voluntário relata que já foram feitas diversas solturas na sua fazenda e que a situação é completamente diferente de três anos atrás. Os animais devolvidos à natureza são, em sua maioria, pássaros, mas tem também iguanas, cobras e outros.
“Acreditando que as crianças são fundamentais na preservação, passei a abrir a minha propriedade para as escolas da região. Aqui, numa aula prática de educação ambiental, os estudantes veem como ocorre a renovação da vida com os animais no seu habitat”, relata Marques.

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