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Funcionários da UPA e Hospital reclamam de revista aleatória

IPATINGA – A decisão do governo Quintão de implantar a revista aleatória nos funcionários e visitantes do Hospital Municipal de Ipatinga e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), está gerando reclamações entre os servidores das duas unidades. Eles alegam que o problema não é a revista em si, mas a maneira como ela foi implantada, de forma autoritária e sem a devida discussão com os trabalhadores. O único aviso foi uma comunicação afixada junto ao setor de ponto. “Não foi feita nenhuma reunião, avisando a todos os funcionários, nenhum relatório pra gente assinar como estava ciente do procedimento. Então, teve funcionário que estava de folga e sem mais nem menos chegou e foi revistado sem sequer saber o que estava acontecendo”, conta uma funcionária que prefere não se identificar.

FECHAMENTO

Não é a primeira vez que o prefeito Sebastião Quintão toma medidas de segurança com certo grau de exagero. Em seu governo anterior, a implantação de catracas na entrada Prefeitura Municipal com o objetivo de selecionar o público, foi uma das primeiras ações de governo, mas, felizmente, não a iniciativa não perdurou. Neste segundo mandato, além de fechar o cerco aos funcionários da área de saúde, também anunciou o fechamento da Avenida Manaaim.

CONSTRANGIMENTO
A funcionária explica que muitos trabalhadores na saúde moram em outras cidades e por isso tomam banho no hospital, trazem objetos de uso e higiene pessoal como calcinhas, sabonetes, sutiãs, absorventes e têm de abrir a bolsa para o pessoal da vigilância olhar o que tem lá dentro. Conforme os críticos da medida, a revista visual aleatória só é feita nos funcionários de escalões inferiores. Médicos, por exemplo, não são submetidos ao mesmo constrangimento.

ARMÁRIOS
Outra crítica é quanto a revista aleatória nos armários dos funcionários da UPA, onde os funcionários tem direito a um box para guardar os pertences durante a jornada de trabalho. Neste período, os armários também podem ser abertos aleatoriamente pela segurança para fins de fiscalização. “Mas e se colocarem alguma coisa lá dentro, se mexerem nos pertences com o objetivo de prejudicar ou incriminar alguém ou se sumir alguma coisa? O funcionário terá direito de acusar quem mexeu?”, indaga a funcionária.

CRITÉRIO

Segundo ela, a principal reclamação não é quanto a implantação da revista. Mas quanto a forma como ela está sendo feita. Alguns funcionários que também trabalham no Hospital Márcio Cunha comparam os procedimentos. No HMC, por exemplo, a revista é feita por equipamento pelo qual o funcionário passa e que apita aleatoriamente. A pessoa ou veículo em que o equipamento apita é revistado, abre-se a bolsa ou o carro. “Na UPA, não. Você passa na portaria de funcionários e o segurança olha pra sua cara e manda você abrir a bolsa. Mas, não olha pra cara de médico e manda abrir a bolsa. Olha só para cara da de quem é pobre”, reclama.

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