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Fazendeiros negam culpa por falta d’água em Revés

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REVÉS DO BELÉM – Os proprietários de terras às margens do Ribeirão do Boi estão se considerando injustiçados pelas acusações de que são os responsáveis pela falta de água que atinge o distrito de Revés do Belém há vários dias. Diversas propriedades tiveram as pequenas barragens utilizadas na irrigação de plantações de hortifrutigranjeiros interditadas pelas autoridades ambientais e, mesmo assim, a população continua sem água. Os agricultores apontam a seca causada pela estiagem prolongada como o principal motivo da falta d’água, e não as intervenções realizadas nas propriedades. Eles foram alvo de protesto convocado pela comunidade de Revés do Belém, que chegou a paralisar a estrada que dá acesso ao distrito.

INJUSTIÇA
O médico e proprietário Crispim Elias foi um dos acusados de ser responsável pela seca que atinge o distrito. “Me sinto absolutamente injustiçado com esta situação e com as informações equivocadas que foram divulgadas sobre o caso. Ao longo do Ribeirão do Boi, que banha inúmeras propriedades, existem vários pontos de captação de água. A maioria deles está operando há muitos anos e Revés do Belém tinha abastecimento de água regular. Outra prova de que não são estas intervenções que causam a falta d’água é o fato de, mesmo após a interdição das barragens e interrupção da captação em vários pontos, a localidade continuar sem água”, ilustra o proprietário.

FONTE DE EMPREGO
Ele destaca que os proprietários de terras em Revés do Belém e Vargem Alegre tem um papel importante na economia local e sua produção depende totalmente da irrigação captada no córrego. Crispim Elias ressalta que a atividade de plantio e agropecuária na localidade envolve um grande número de pessoas, sejam pequenos agricultores, parceiros ou trabalhadores rurais. “É uma atividade importante do ponto de vista da geração de emprego e renda, sem a qual muitas pessoas estariam totalmente excluídas do mercado de trabalho”, salienta.

Outro aspecto que ele faz questão de frisar é que, pelo menos no caso de sua propriedade, é que a maior parte da água utilizada na irrigação, volta para o curso d’água. “Um primeiro aspecto é depois de cheias, as barragens continuando dando a mesma vazão de água, portanto, sem nenhum prejuízo para a natureza, o meio ambiente e o abastecimento. Outro aspecto é que grande parte da água utilizada em nossas plantações voltam ao curso do Ribeirão do Boi.

Crispim disse entender que as manifestações são justas e democráticas, mas devem ser dirigidas a quem de direito. “Não se pode culpar aleatoriamente quem está produzindo e contribuindo para alavancar o desenvolvimento local”, concluiu. Ele lembrou ainda que quando foi procurado pela Copasa para discutir a situação da falta d’água, prontamente se dispôs a ajudar a solucioná-la, juntamente com outros proprietários, visitando os pontos de captação.

SEM ÁGUA
Ontem, a população de Revés do Belém continuava sem abastecimento de água, segundo fontes da própria comunidade. Mesmo com interrupção das barragens e poços de captação, a companhia de saneamento não havia conseguido restabelecer a regularização da captação de água e o abastecimento na localidade.

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