Policia

Família dá o último adeus ao músico Mainha

“Mainha” foi sepultado ao som de canções cantadas pelo irmão

 

FABRICIANO – Forte comoção marcou ontem o sepultamento dos restos mortais do músico Vinícius Maia Carvalho, o “Mainha”. Uma cerimônia de despedida reuniu parentes e amigos do músico na manhã de ontem (29), na capela Vale da Esperança do Cemitério Senhor do Bonfim, no bairro Giovanini.
“Mainha” foi sepultado no túmulo de seu avô. Durante o percurso da capela até o local do enterro, Gustavo Maia, irmão de Vinícius, entoou várias melodias em sua homenagem, uma delas, uma canção composta por “Mainha”, que foi terminada por ele. Muito emocionado, Gustavo lembrou apenas das alegrias e das músicas de seu irmão e lamentou pelo talento de Vinícius não ter sido reconhecido em vida. “A música foi como ele pôde transmitir a alegria de viver. Um compositor que deixou uma pequena obra, mas de muito valor. Infelizmente só pela ausência é que ele pôde ser notado”, lamentou.

MISTÉRIO
A família agora convive com o mistério em torno da morte de “Mainha”. A ossada do músico foi encontrada no dia 31 de julho passado, no município de Dionísio, mas os exames cadavéricos realizados pelo Instituto Médico Legal de Belo Horizonte não conseguiram apontar a causa da morte do rapaz. Para a família houve negligência por parte do poder público diante aos fatos. “O quebra cabeça ainda não foi montado. A gente sabe que isso não vai trazê-lo de volta, mas é preciso uma satisfação e continuar as investigações, responsabilizando quem se omitiu”, disse Gustavo. A família ainda aguarda o laudo antropológico que pode determinar o período exato do falecimento de Vinícius.

MOBILIZAÇÃO
Desde a data do desaparecimento de “Mainha” – 11 de janeiro deste ano – amigos e parentes se uniram em mutirões para tentar localizar o músico. Ele desapareceu quando voltava do litoral capixaba, onde passou as festas de fim de ano com a família.
Vinícius estava com o pai, quando teria sofrido um surto psicótico. Ele deu um golpe no volante do veículo, que bateu na contenção de uma ponte que passa sobre o Rio Doce, na cidade de Rio Casca, na Zona da Mata mineira e depois pulou nas águas do rio, nadou até a outra margem e se embrenhou no matagal.
À época, o irmão do músico, Gustavo Maia, contou que Mainha estava depressivo durante a viagem em família. Ontem, em seu velório, o irmão agradeceu pela mobilização feita nas redes sociais em busca do paradeiro de Vinícius. “Essa talvez seja a lição de que a humanidade pode ter um caminho bom, se as pessoas do bem não se omitirem. O Vinícius sempre foi uma pessoa querida e vai deixar saudades”, finalizou o irmão.


“Vinícius sempre foi uma pessoa
querida e vai deixar muitas saudades”

Gustavo Maia,
irmão do “Mainha”

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com