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Ex-usuária de crack pede ajuda para rever os filhos

Quem quiser ajudar “Baiana” com qualquer quantia, entre em contato com o telefone da entidade em Coronel Fabriciano, pelo telefone 3846-0233    (Crédito: Gizelle Ferreira)

 

IPATINGA – “Minha dependência é progressiva e fatal. Mas, um dia após o outro, Deus vai me fortalecendo”. Este é o relato de uma história de superação e força de vontade, vivida por Maria José de Jesus Barbosa, 34 anos, conhecida pelo apelido de “Baiana”. Durante 18 anos, a mulher permaneceu no mundo das drogas e se prostituía para sustentar o vício.
“Baiana” era muito conhecida no Centro de Ipatinga, mais precisamente na rua Itajubá, ao lado do Terminal Rodoviário. Lá, a mulher viveu por muito tempo pedindo dinheiro para comprar as pedras de crack. Há dois anos, quando descobriu que estava novamente grávida, resolveu ir atrás de ajuda, quando foi internada em um centro de recuperação para dependentes químicos em Coronel Fabriciano.
Hoje, dois anos depois, “Baiana” não parece mais a mesma mulher que morava nas ruas. Contente por estar “limpa”, e com outro semblante, Maria José só tem um desejo: reencontrar os filhos que moram em Jaíba, no Norte de Minas, divisa com Estado da Bahia. Ela não vê as crianças há mais de oito anos. Mas “Baiana” não possui condições de pagar a passagem, que custa R$ 230. Sem emprego (pois vive de doações na entidade onde mora com seu filho), ela pede ajuda para conseguir pelo menos o bilhete de ida. “Se alguém quiser me ajudar com o tanto que for para eu poder ir lá ver minha família, eu vou ser muito grata. Pelo menos a passagem de ida, porque chegando lá eu peço ajuda para voltar. Eu só quero ir mesmo para ver minha família e levar o meu neném para eles conhecerem”, pede.
“Baiana” possui ao todo sete filhos. Mas o vício e a prostituição não lhe permitiram cuidar deles. Segundo conta, por causa da vida desregrada, a justiça acabou tirando a guarda de um de seus filhos. Os outros cinco vivem com parentes e o pai dela. Somente o mais novo, de quase dois anos, é que mora com “Baiana” na casa de recuperação. “E eu não abandono esse meu menino para nada. Ele tem que estar onde eu estou e vice-versa. Já perdi muito tempo na minha vida por conta das drogas”, disse.

HISTÓRIA
Maria José recorda que começou a usar droga quando tinha 14 anos de idade. Começou fumando maconha, e quando se deu conta, já estava afundada no crack. Para sustentar o vício, a forma mais rápida que encontrou foi se prostituir. “Eu usei cocaína, não gostei, a maconha eu ria demais, até então chegar no crack, que foi o fim do poço, e eu perdi tudo”, relembra.
Neste tempo nas ruas, “Baiana” montou uma barraca em uma calçada e chegou a ser assunto de reportagens em jornais, rádios e TVs. “Iam lá filmar, entrevistar, tirar fotos. Até me recordo de você vindo me entrevistar”, relembra à reportagem do DIÁRIO POPULAR. Na época que a ex-usuária de drogas vivia nas ruas, era conhecida pelo comportamento bastante agressivo. Sempre com um pedaço de pau nas mãos, ela ameaçava quem tentava “invadir” o seu território. “Quando eu usava o crack, eu ficava calada, mas quando eu bebia o álcool de carro, que era a tal da “Maria Louca”, eu ficava tri-louca, aí eu brigava com todo mundo. E às vezes nem era isso. Eu dava aquele show para todo mundo se afastar de mim, para eu usar a “pedra”, relata.

RECUPERAÇÃO
Foi na casa de recuperação Projeto Visão Celestial, em Coronel Fabriciano, que “Baiana” conseguiu ajuda para ela e seu filho. Por meio do Projeto Videiras, em Ipatinga, a ex-usuária de drogas foi encaminhada para a entidade onde ainda vive com a ajuda de outras pessoas. “Eu vivo de ajuda. O meu tratamento, eu não tive condições de pagar. O enxoval do meu filho também foi doado. E sempre quando estão faltando umas coisinhas, alguém vem e me ajuda”, afirma.

GUARDA
Apesar de querer muito rever os filhos que deixou para trás, “Baiana” não pretende reaver a guarda permanente dos menores. “Eu não posso tirar eles da casa de onde eles estão para trazer para casa dos outros, onde já tenho um. Vou esperar isso até a hora certa. Mas sempre quero ir lá e dar assistência para os meus filhos”, acrescenta.

AJUDA

Quem quiser ajudar “Baiana” com qualquer quantia pode entrar em contato com o telefone da entidade em Coronel Fabriciano, pelo telefone 3846-0233. Em Ipatinga, a valor doado pode ser entregue ao DIÁRIO POPULAR, localizado na avenida JK, 1280, no bairro Jardim Panorama. Toda a doação será juntada para a compra da passagem de “Baiana”.

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