Policia

Envolvidos na execução de jornalista são presos e caso está perto de ser elucidado

Alessandro Neves Augusto é apontado como o atirador que matou Rodrigo Neto e integrava um grupo de extermínio que envolve policiais civis e militares; Lúcio Lírio Leal foi o responsável por repassar aos assassinos as informações sobre os passos de Rodrigo Neto, até em seus últimos momentos de vida

IPATINGA – A Polícia Civil de Minas Gerais anunciou nesta terça-feira (18) a prisão de dois envolvidos no assassinato do jornalista Rodrigo Neto, ocorrida em 8 de março deste ano. O investigador Lúcio Lírio Leal, de 22 anos, e Alessandro Neves Augusto, de 31, foram presos por participação direta no homicídio como, respectivamente, informante e executor.

As investigações feitas pelo Departamento de Investigação Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) apontaram que Lúcio Lírio seria o responsável por repassar aos assassinos as informações sobre os passos de Rodrigo Neto, até em seus últimos momentos de vida. Já Alessandro está sendo apontado como o homem que atirou cinco vezes contra o jornalista. Três disparos foram certeiros: na cabeça, nas costas e no lado esquerdo do peito.

A prisão temporária de Lúcio Leal foi expedida pela Justiça de Ipatinga na última segunda-feira (17), atendendo ao pedido da Polícia Civil, e cumprida ontem. O jovem investigador entrou para a Polícia Civil em junho de 2010, após ser aprovado em concurso público e concluir o curso de formação na Acadepol. Segundo a assessoria da PC, nos quase três anos como policial, Lúcio atuou sempre em delegacias de Ipatinga e de outras cidades da região. Ainda conforme a instituição, o investigador não possui nenhum processo na Corregedoria-Geral da instituição.

FALSO POLICIAL
De acordo com a nota emitida pela Polícia Civil, Alessandro Neves Augusto, conhecido como Pitote, não tem profissão definida. Ele foi preso na sexta-feira (14) devido a uma tentativa de homicídio pela qual havia sido condenado. Quando abordado pelos policiais, ele trazia na cintura uma pistola calibre 380, motivando sua prisão também por porte ilegal de arma. Nesta segunda, a Justiça expediu o mandado de prisão temporária, solicitada pela Polícia Civil, devido ao envolvimento no assassinato de Rodrigo Neto.

O homem é conhecido há algum tempo por se passar por policial civil e agente penitenciário, por transitar livremente pelos corredores das delegacias da região e possuir bom relacionamento com policiais, principalmente na cidade de Coronel Fabriciano. A proximidade com os agentes de segurança do Vale do Aço fez com que Alessandro fosse transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, ainda na sexta-feira. A intenção seria não permitir facilidades ao suposto assassino de Rodrigo Neto, caso ele permanecesse preso na região.

PC E PM
A força tarefa da Polícia Civil montada em Ipatinga trabalha agora para revelar e prender o piloto da motocicleta utilizada no momento do crime e também quem seria o mandante da execução. Os trabalhos do DIHPP vêm apurando que a morte de Rodrigo Neto pode revelar um grave esquema de grupo de extermínio formado por policiais civis e militares que atuariam na região.

Uma das linhas de investigação mais fortes para o caso Rodrigo Neto é de que o crime teria sido encomendado por policiais militares e executado com apoio de civis. A confirmação desta hipótese, contudo, estaria sendo dificultada pela grande articulação entre os policiais na execução do radialista.

Mesmo assim, a Polícia Civil afirma que a conclusão do caso está muito perto de acontecer. A equipe do DHPP, responsável pela apuração da morte do jornalista e também de outros casos ocorridos em Ipatinga e região, afirmou que os últimos levantamentos a respeito do assassinato de Rodrigo Neto estão sendo concluídos e a divulgação da motivação e da dinâmica do crime deverá ocorrer nos próximos dias.

INVESTIGAÇÕES

Sob coordenação do chefe do DHPP, Wagner Pinto, as investigações estão sendo comandadas pelo delegado Emerson Crispim de Morais, da Divisão de Crimes contra a Vida, que conta, em Ipatinga, com uma equipe composta por dois escrivães e oito investigadores. No decorrer dos trabalhos, oito policiais suspeitos de terem envolvimento com outros crimes na Região do Vale do Aço tiveram prisão temporária decretada, sendo seis policiais civis e dois militares.

Dos seis policiais civis, um médico-legista de Ipatinga obteve alvará de soltura da Justiça, uma vez que as investigações apontaram que ele não possuía qualquer envolvimento com os casos sob investigação. Os demais tiveram a prisão temporária renovada e continuam presos por suspeita de envolvimento em outros crimes.

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