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Entre Washington e NY, Bolsonaro perde o rumo e desiste de viagem

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro cancelou a ida a Nova York, nos Estados Unidos, onde participaria de evento em que seria homenageado como “Personalidade do Ano de 2019” promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. A viagem estava prevista para dia 14 deste mês. Com a decisão, o presidente também cancelou agenda em Miami.

Além da pressão de “grupos de interesses” e das declarações do prefeito Bill de Blasio contrárias à presença do presidente Bolsonaro na cidade, houve influência de militares do Palácio do Planalto que tentam minimizar o desgaste da imagem presidencial. A intervenção do militares foi motivo de críticas de outros setores que apóiam Bolsonaro, defensores de que ele deveria enfrentar as críticas e comparecer ao evento. A repercussão da desistência ganhou as redes sociais e foi alvo de inúmeros comentários, grande parte apoiando as posições do prefeito nova iorquino e dos movimentos que criticavam a presença de Bolsonaro na cidade.

Deputados democratas americanos também criticaram a eventual presença de Bolsonaro, reclamando de sua política indigenista e para os quilombolas.

Num primeiro momento, a homenagem estava prevista para ocorrer no Museu de História Natural de NY, mas a instituição cancelou o evento alegando que uma pessoa que tem posturas contra o meio ambiente, não deveria ser homenageada num espaço que preserva o patrimônio natural da humanidade. Em seguida, várias empresas e organismos que custeariam as despesas do evento retiraram seu patrocínio, como a Delta Airlines, o jornal Financial Times e a consultoria Bain & Company. A Bain disse que celebrar a diversidade é um dos princípios da empresa. Outros bancos mantiveram seu patrocínio à festa, como a Merryl Lynch, Credit Suisse, Morgan Stanley, Citigroup, Itaú, Bradesco e HSBC.

Em nota, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro agradece a homenagem proposta. “Entretanto, em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York [Bill de Blasio] e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, destaca o porta-voz.

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