Bruno Nunes Ribeiro conclama as pessoas a pensarem coletivamente e chama atenção para colapso hospitalar. Veja o vídeo
IPATINGA – O superintendente do Hospital Márcio Cunha em Ipatinga, Bruno Nunes Ribeiro, gravou um vídeo alertando para a gravidade do atual estágio da pandemia do coronavírus e suas variantes. Ele exortou as pessoas a pensarem coletivamente como única forma de superar o avanço da contaminação, da doença e dos óbitos. Bruno Ribeiro alerta ainda para a situação de colapso do sistema de saúde e diz que a situação no HMC não é diferente das demais cidades do Brasil, onde faltam leitos de UTIs, enfermarias, medicamentos e equipamentos.
Bruno Nunes Ribeiro lembra que a Covid-19 é uma doença extremamente grave desde o seu início, quando começou no ano passado em diversas formas de manifestação, mas pensava-se que era só uma pneumonia. “Hoje vemos que não é só uma pneumonia. Ela se comporta como uma doença vascular, como uma vasculite, que acomete também o pulmão e outros órgãos trazendo sérias consequências. Os pacientes ficam em estado grave e precisam de ventilação mecânica, precisam utilizar um respirador, precisam de medicações como analgésicos em doses elevadas e acabam complicando com infecções secundárias, gerando tempo de internação muito prolongado. É um paciente que quando entra aqui dentro [do hospital], em dando tudo certo, vai ficar dentro do hospital no mínimo 3 a 4 semanas, se tudo correr dentro do esperado”, salienta.
VARIANTES
Bruno Nunes lembra a diferença de comportamento do vírus no início da pandemia e atualmente. “Infelizmente, a gente viu lá no ano passado que as principais vítimas eram pacientes idosos, com comorbidades, e hoje não. Temos visto cada vez mais jovens, cada vez mais pessoas hígidas [com boa saúde], sem comorbidades, serem afetadas. Então, ela [a doença] não escolhe mais idade, não escolhe sexo, não escolhe perfil social, perfil nenhum. Foram desenvolvidas no decorrer da pandemia mutações, o que a gente chama de variante, e essas variantes tem vindo de uma forma muito mais contagiosa e também matam com muito mais voracidade e rapidez do que no início da doença e a tendência é que as coisas evoluam desta forma nos próximos momentos”, prevê
COLAPSO HOSPITALAR
O superintendente do HMC fala também sobre a atual situação de colapso do sistema hospitalar com altas taxas de ocupação de leitos, stress profissional, falta de medicamentos e equipamentos.
Segundo Bruno Nunes Ribeiro, “a atual situação que vivemos no HMC não é diferente do restante do Brasil e do mundo. Estamos com o sistema de saúde colapsado. Os nossos leitos, que vão desde a porta de entrada, no Pronto Socorro, passando pelas enfermarias até as UTIs estão lotados. Vivemos déficit de leitos de seja qual fonte for, déficit de medicamentos, temos problemas com materiais como ventiladores pulmonares, aparelhagens para hemodiálise, entre outros”, ressalta.
COLETIVIDADE
Bruno Ribeiro conclui sua abordagem exortando as pessoas a terem empatia e pensarem coletivamente, a manterem as medidas e protocolos de prevenção ao coronavírus e faz um agradecimento aos profissionais da linha de frente, que considera “heróis sem capa”.
“Infelizmente, o relaxamento das medidas de cuidados e principalmente de isolamento social contribuíram para o atual estado de coisas. Se a gente não tiver uma visão coletiva, não enxergar o coletivo, que somos todos moradores de um mesmo planeta, vamos continuar da maneira como estamos vivendo, e daí pra pior. É importante que as pessoas se conscientizem do coletivo. [Quanto aos profissionais de saúde] Esses são super heróis, essas pessoas são sim os heróis que não usam capa, mas hoje estão usando um privativo, estão dentro das UTIs, do pronto socorro, das unidades de internação lutando para salvar vidas, vocês estão tornando isso possível, graças a vocês muitas vidas estão sendo salvas”, finaliza.