Cidades

Em Fabriciano, desabamentos ameaçam moradias no bairro JK

O metalúrgico José da Guia (detalhe) mora com outras seis pessoas numa casa que corre risco de desabar
(Crédito: Nadieli Sathler)


O ajudante Valdeci Paula e sua mãe Margarida de Lourdes estão apreensivos        
(Crédito: Nadieli Sathler)


FABRICIANO –
Entre as várias ocorrências de deslizamentos de encostas registradas pela Defesa Civil de Coronel Fabriciano e o Corpo de Bombeiros durante a manhã de ontem (31), estava o caso da residência de José da Guia. O metalúrgico mora com a família em um imóvel precário situado na rua Cinco, no bairro JK. Ele contou que, por volta das 9h30, a esposa sentiu que a parte da varanda que fica de frente para uma ribanceira estava prestes a cair. “A terra começou a ceder e tivemos que amarrar uma corda para diminuir o peso de dois pés de abacates para não cair na casa do vizinho”, explicou.

No local moram ele e a esposa, juntamente com outras cinco pessoas, entre filhos e genros. Ao chegar do serviço, ele e outros colegas tiveram que cortar os pés de abacate que estavam suspensos apenas pela raiz.
“Estamos trabalhando com o serrote porque estou com receio de usar o machado e com o impacto a terra ceder e cair na casa do Valdeci. Tem que fazer um muro ali na frente para poder evitar o perigo”, alegou o metalúrgico.

Os militares do Corpo de Bombeiro estiveram no local e aconselharam que, em caso de novas pancadas de chuvas, os familiares de José devem deixar a residência. “Agora que estou numa área de risco peço que as autoridades me ajudem a resolver a situação”, pediu o trabalhador.

MÃE E FILHO
Logo abaixo da residência de José da Guia ficam duas casas, a do ajudante Valdeci Paulo de Oliveira, de 44 anos, e da aposentada Margarida de Lourdes de Oliveira, 63 anos.
Mãe e filho moram na rua Geraldo Rodrigues Soares. As casas ficam uma ao lado do outro. Margarida mora no bairro JK há mais de 20 anos. Ela não estava em casa quando aconteceram os deslizamentos de terra do lado esquerdo de seu imóvel.

“Tinha saído cedo para a casa da Dona Nana e fiquei sabendo porque me ligaram e contaram que a terra havia cedido.Nunca deu um problema como esse aqui no meu terreno”, disse a dona-de-casa.
Além do desmoronamento ocorrido na parte lateral da casa, de frente para a cozinha da aposentada também há rachaduras indicando que a terra pode ceder em caso de novas chuvas fortes.

Na mesma situação está o filho dela, Valdeci de Paula. Foi ele quem acompanhou a vistoria do Corpo de Bombeiros feita nas três encostas que cederam entre a rua Cinco e a Geraldo Rodrigues Soares.
O ajudante disse que não acionou a presença dos militares no local. Mas ponderou que foi orientado a sair de casa se observar que o terreno em frente, que inclusive apresenta rachaduras, começar a pesar.
“Apenas falaram para ficarmos atentos e não chegaram a interditar a minha casa e nem da mãe”, justificou.
Ele contou que durante a madrugada sua esposa e filhos ficaram com muito medo, tanto que logo pela manhã foram buscar abrigo na casa de parentes no bairro Caladinho de Cima. Valdeci ficou para vigiar a casa.

REFORMA
Margarida de Lourdes também disse que não deixará sua casa, apesar de saber do risco que corre. A aposentada contou que há seis meses começou a mexer em seu barraco e trocou as portas e colocou um telhado na varanda.
“Comecei a reformar tem tão pouco tempo e se tiver que sair daqui não quero voltar para roça. Aluguel hoje está tão caro que nem quero pensar em ter que deixar minha casa”, lamentou.

Magalhães Pinto volta a alagar e causa prejuízos ao comércio
Fabriciano-
A manhã de terça-feira (31) foi de limpeza para os comerciantes e funcionários que trabalham na avenida Magalhães Pinto, em Coronel Fabriciano. Em alguns casos as lojas foram tomadas pelo barro, o que gerou a perda de mercadorias.
O lojista Vinicius Sathler era um dos que contabilizam os prejuízos causados pelo alagamento. “Isso já aconteceu várias vezes, toda vez que chove forte acontece da água voltar, porque não há vazão aqui no bairro Giovanini. Não passa pelo rio e volta para a avenida”, relatou.

Ele alegou que ainda não tinha apurado o montante de seu prejuízo, mas que as mercadorias danificadas pesariam no orçamento da empresa. O comerciante lembrou que o projeto do Parque Linear foi a proposta da Prefeitura para acabar com o problema de inundação no distrito do Melo Viana. “Quero saber quando vai sair o Parque Linear para acabar com esse problema de vazão da água no rio”, reclamou.


A avenida Magalhães Pinto voltou a ser alagada e a água invadiu estabelecimentos comerciais 
(Crédito: InterTV)

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