Cidades

Em decisão inédita, Câmara de Fabriciano rejeita Cidadania Honorária para Alê Silva

FABRICIANO – A Câmara Municipal de Coronel Fabriciano rejeitou a concessão do título de Cidadania Honorária à deputada federal Alê Silva (PSL), eleita majoritariamente no município e região e moradora da cidade. A decisão é um fato inédito no Legislativo de Coronel Fabriciano e foi tomada pela maioria dos vereadores. A concessão do titulo de Cidadania Honorária foi proposta pelo vereador Francisquini, que não obteve o apoio de seus pares.

A decisão gerou polêmica envolvendo os vereadores favoráveis e os contrários à concessão da honraria. A deputada também entrou na discussão para expor se ponto de vista sobre a rejeição. Antes de eleger-se deputada federal, Alê Silva participou de movimento que criticou duramente os vereadores por causa de um reajuste salarial de 6%. Durante sessão na Câmara Municipal, portando um cartaz, Alê confrontou os parlamentares e defendeu que eles recebessem salários de professores.  

Alê Silva, antes de se tornar deputada federal. em confronto com o vereador Beto Cavaleiro durante sessão que votou aumento de 6% para os parlamentares de Fabriciano

Em resposta à negativa do título de Cidadania, Alê Silva publicou uma nota (ver abaixo) reafirmando seus pontos de vista e criticou um a um os vereadores contrários à indicação.

VEREADORES

“Somos tratados igual cachorro aqui nesta Casa”, afirmou o vereador Beto Cavaleiro ao site “Acontecendo on line”, salientando que “esta senhora ficou nos afrontando aqui com cartazes contra todos os vereadores”.

Também o presidente do legislativo, vereador Adriano Martins, manifestou seu repúdio contra a deputada afirmando que “Alê usou a Câmara para humilhar os vereadores. Achincalhou com todos nós dezessete vereadores”, e concluiu: “ela não tem nenhum respeito para com este parlamento”.

A vice presidente, vereadora Carmem do Sinttrocel, também se manifestou indignada a respeito da deputada. “Ela chegou o dedo no meu rosto num desrespeito total”. A vereadora Carmem lamentou o ocorrido e disse que nunca desrespeitou ninguém e que merece ser respeitada.

Placar da votação contra a concessão do título de Cidadania Honorária

INEDITISMO

O vereador professor Edem, em entrevista ao jornal “Acontecendo online”, disse que a rejeição de um título honorífico no legislativo de Coronel Fabriciano é um fato inédito. Isto é muito grave, mas essa senhora  [Alê Silva] não só agrediu o parlamento com palavras, mas existe até citações de agressões físicas. Ela agrediu também os professores de Fabriciano sempre fazendo  publicações nas redes sociais contra educadores da Escola Alberto Giovaninni e desrespeitando os pais de alunos.

O vereador lamenta ainda que sendo a deputada moradora de Fabriciano preferiu montar seu escritório em Ipatinga e, além disso, divulgou a entrega de viaturas da Polícia Militar para outros municípios. “Se ela é mesmo de Fabriciano e ama sua cidade deveria pelo menos ter destinado uma viatura para a cidade e também deveria ter seu escritório regional aqui na cidade”, concluiu o vereador.

EX-PREFEITO

O ex-prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (PT) entrou no debate e afirmou que a deputada “faz ataques a todos de maneira desequilibrada”.

“Fica claro que o Vale do Aço elegeu uma pessoa sem nenhum preparo psicológico e político para representar o povo mineiro na Câmara dos Deputados. Política é a arte de conquistar o coração e a mente das pessoas para promover o bem comum. A deputada faz o contrário. Justificou os votos que não teve na Câmara de Fabriciano para receber a honraria de cidadã honorária, com ataques pessoais a tudo e a todos, aos vereadores, familiar de vereador e a partido político. Não teve a delicadeza de agradecer pelos votos recebidos dos fabricianenses.

A deputada deveria ser mais humilde, fazer uma reflexão e ver se realmente merecia a honraria”, disse o ex-prefeito, adversário da deputada.

Ele ainda enumera uma série de fatos com duras críticas à deputada federal. Segundo Simões, Alê Silva sempre teve uma posição agressiva ao tratar o Poder Legislativo de Fabriciano.

“Em vez de ter com a Câmara Municipal um diálogo civilizado, procurando somar com os vereadores nas funções de fiscalizar e de propor leis para melhorar a vida das pessoas, ela preferiu, através de cartaz para aparecer, exigir que o salário de um vereador fosse igual ao de uma professora. Concordo que os professores são muito mal remunerados, mas quem pode fazer lei para aumentar a remuneração dos professores é o prefeito, mas este nunca fora criticado por Alê”.

Ele lembra ainda o caso dos “laranjas do PSL”, que Alê reforçou depois que o escândalo foi denunciado pela “Folha de S. Paulo”. “Alê Silva, só agora após empossada deputada, para ter mais espaço pessoal no seu partido, faz denúncias da corrupção eleitoral, através de candidatas laranjas, onde relata ter havido desvio de recursos públicos do fundo eleitoral. Por que não fez a denúncia quando era candidata?”, indagou. “Constrangedor pra os fabricianenses ver Fabriciano nas colunas policiais”, alfineta Simões.

Chico Simões ataca ainda as posições políticas de Alê Silva a favor da reforma da Previdência, o envolvimento do PSL com o caso das “laranjas” e de milicianos. “Alê Silva já manifestou que vai votar a favor da reforma da previdência, o que será uma covardia contra a quase totalidade dos seus eleitores de Fabriciano. A deputada, defensora da ética e da moral, faz ataque ao PT em sua postagem, mas Alê Silva permanece no PSL, o partido do laranjal denunciado por ela e de amigos de milicianos denunciado pelo MP e pela imprensa. A Câmara de Fabriciano, pela sua maioria absoluta agiu corretamente”, arrematou.

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