Policia

Eleições viram caso de Polícia em Belo Oriente

Gestante é ouvida na delegacia em Belo Oriente; delegado irá apurar o caso    (Crédito: Gizelle Ferreira)

 

BELO ORIENTE – A menos de um mês das eleições municipais, os ânimos dos apoiadores dos dois candidatos a prefeito estão exaltados. Pela quarta vez, em menos de 10 dias, a Polícia Militar foi acionada para registrar ocorrências entre militantes do PT e PDT. Desta vez o alvo de representação foi a esposa do prefeito de Belo Oriente, Humberto Lopes (PT), M.
A auxiliar de serviço Keila Maria Nonato relatou à polícia que teria sido agredida dentro da Secretaria Municipal de Saúde. A servidora está no terceiro mês de gestação e, segundo conta, enfrenta gravidez de risco. Depois da suposta agressão, Keila foi levada para o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. Ontem (19), a servidora registrou o caso na Polícia Civil. A reportagem foi a Belo Oriente para apurar o caso de perto. Durante a entrevista, Keila se sentiu mal mas contou que há quatro anos vem sofrendo perseguição em seu local de trabalho.
Para Keila, a última segunda-feira (17) seria mais um dia normal de trabalho. Porém, segundo relatou, ao se dirigir ao setor se deparou com a esposa do prefeito, que é chefe de gabinete. Ela a teria impedido de trabalhar. “Ela me barrou e disse que ali não seria mais meu local de serviço. Eu pedi para falar com a minha chefe e ela simplesmente bateu o portão, que atingiu a minha barriga, e não me deixou entrar. E aí eu comecei a sentir dor. Chamei a polícia e não vi ela mais”, diz a servidora, acrescentando que antes de ir ao HMC foi à unidade de saúde de Cachoeira Escura, onde foi informada que seu caso era grave.
Keila, funcionária efetiva da Prefeitura, disse que no dia da confusão estava com as unhas pintadas nas cores da campanha adversária, do candidato Pietro Chaves (PDT). A servidora disse que foi agredida também verbalmente. “Só que outras pessoas estavam pintadas com a unha do 13 (PT), e com elas não aconteceu nada. Só comigo. Eles falaram que eu estava fazendo política lá dentro e eu quero provas. Eu não fiz isso. Apenas pintei as unhas. Meu voto é livre e eu nunca pedi voto para ninguém lá dentro. Eu nunca a desrespeitei”, garante.

REPRESENTAÇÃO
O delegado de polícia Elder Chantal ouviu na tarde de ontem o depoimento de Keila e formalizou uma representação. O policial disse que agora irá ouvir testemunhas e em seguida analisar o caso, para que seja remetido ao Ministério Público.
Para o delegado, as disputas políticas em Belo Oriente sempre tiveram tom agressivo e, quanto mais próximas as eleições, o número de queixas de ameaças e intimidações se torna cada vez mais comum. “E isso não deixa de criar uma rixa para o futuro. O que a gente orienta é que os candidatos tentem mostrar para a população a melhor proposta, e não ficarem se agredindo com palavras e até fisicamente”, opina o delegado.

ATRITO
No início deste mês, a Polícia Militar registrou o primeiro atrito entre apoiadores de Pietro Chaves (PDT) e Humberto Lopes (PT). Segundo consta no boletim de número 4732, lavrado pela 152ª de Polícia Militar, a dona-de-casa Maria Aparecida, moradora de Cachoeira Escura, alegou que havia sofrido agressão verbal, chantagem e coação eleitoral de W.J., do PT. A moradora relatou que, enquanto se dirigia à agência dos Correios, foi abordada por W. que insatisfeito pelo apoio dela ao candidato Pietro, a teria xingado.

RESPOSTAS
A reportagem ligou, na última terça-feira (18), para M., esposa do prefeito. Por telefone, ela disse que só receberia a reportagem pessoalmente. Ontem (18), o jornal foi até a prefeitura para tentar falar com M., mas ela disse que não poderia dar entrevista por conta de um compromisso. O recado repassado pela sua assessora é de que ela viria pessoalmente até a redação do jornal, o que não aconteceu. Já W. disse que não daria declarações.

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