Opinião

E quando as “universitárias” etaristas fizerem 40 anos ?

(*) Fernando Benedito Jr.

O caso das “universitárias” preconceituosas do curso de Biomedicina de uma universidade de Bauru, que se manifestaram nas redes sociais contra uma colega de 40 anos é marcante. Não só pelo preconceito etarista, mas pela burrice mesmo. Será que nunca se imaginaram com 40 anos? Se viverem até lá, o que pensarão do que fizeram agora? Ou pensam que vão morrer antes? Será que pensam que velhos são os outros.

Como lhes falta empatia (e simpatia), por enquanto é difícil saber o que fariam se se colocassem no lugar do outro.

De qualquer maneira, o bullyng com a colega e o resultado dele parecem ter mudado bastante a vida das mocinhas de cabeça oca. Se queriam “lacrar”, conseguiram seu objetivo da pior maneira. O feitiço acabou se virando contra elas nas redes sociais, de onde sumiram depois da “trolagem”. É assim que tem que ser. Não há que se ter tolerância com a ignorância e a fala de respeito. Toda reprimenda é pouca e que aprendam a respeitar os mais velhos.

Mas o que chama a atenção é que as “universitárias” além da ignorância com o etarismo fazem várias outras considerações em suas falas preconceituosas que revelam a urgente necessidade de voltarem ao ensino médio ou fundamental. Elas, sim, não deveriam estar em universidade.

– Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?” – diz uma delas, fazendo bullyng preconceituoso, em tom de zombaria de quem não teve educação em casa, nem na escola, ou porque é um caso de burrice crônica mesmo.

No que a outra coleguinha replica:

– Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada.

Como assim. Desde quando alguém se aposenta por ter 40 anos. Não conhecem as regras da Previdência. Não sabem nada da realidade.

– Realmente – concorda a outra, reiterando o erro e assumindo-o para si também.

– Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião.

Bom, ninguém perguntou a opinião dela. Uma opinião idiota desta é melhor guardar para si. A busca do saber não tem idade, seja na universidade ou fora dela.

Mas, como as “universitárias”, não parecem muito interessadas em buscar o conhecimento e a sabedoria, que fique a lição.

A mediocridade tem limites, inclusive nas redes sociais, onde o jogo parece ter virado.

E esperemos, para ver o que terão a dizer aos 40.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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