Cultura

Documentário apresenta olhar mais próximo de Malala

O documentário He named me Malala (Ele me nomeou Malala), produzido pelo 20th Century Fox e disponível no streaming Netflix, apresenta um olhar mais próximo dos acontecimentos vividos por Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz de 2014. Misturando filmagens com animações, a produção conta tanto a trajetória da protagonista no Vale do Swan, região a noroeste do Paquistão, como de sua vida no exílio, após a tentativa de assassinato pelo grupo fundamentalista Islâmico Talibã. Assim, a história alterna o presente e o passado de Malala, revelando sua luta contínua pelos direitos de meninas à educação.

Malala e seu pai, Ziauddin Yousafzai, contam um pouco da história paquistanesa a partir da chegada do Talibã, e seu líder, Fazlullah, no Vale do Swan. O grupo ganhou apoio popular com a promessa de melhorias na região, mas com o tempo se tornou mais violento, com ações mais severas, como queima de livros, computadores e tvs, explosões de escolas, perseguição a todos que se colocavam contra seus dizeres e um discurso segundo o qual o único ensinamento válido para as meninas e mulheres era o religioso, devendo estas se dedicarem às suas casas e não às escolas.

ATIVISMO

Malala inicia seu ativismo com aproximadamente 12 anos, num projeto junto à rede BBC news chamado Diário do Swan, no qual diariamente relatava sua situação na região frente à presença do Talibã. Seus apontamentos ganharam destaque pela capacidade de descrever suas angústias e por opor seus sonhos à realidade local.

Após sua chegada no Reino Unido, onde se recuperou da cirurgia de retirada do projétil disparado pelo Talibã, Malala se tornou cada vez mais ativa na luta pelo direito das mulheres e à educação, sendo estas questões de direitos universais. Assim, a ativista visitou algumas escolas ao redor do mundo e atuou em situações adversas e sensíveis, como o sequestro de meninas pelo grupo nigeriano Boko Haram, em 2014.

BANDEIRAS

É imprescindível dizer que as bandeiras levantadas por Malala são essenciais, sendo assim necessário trazer um debate existente, o qual questiona a utilização do discurso da ativista para justificar a propensão do Ocidente em impor sua cultura. Muitos dos que promovem Malala não o fazem por princípios, mas por interesses. Nesse sentido, seriam essas ações suficientes para justificar ofensiva do Ocidente sobre os muçulmanos?

Esta semana a ativista paquistanesa Malala Yousafzai visitou pela primeira vez o Brasil, para uma série de ações, e passando por São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, Malala anunciou que apoiará financeiramente alguns trabalhos realizados por ativistas brasileiras. Durante a semana, ela participou do debate sobre inclusão educacional em São Paulo, visitou a comunidade Tavares Bastos, no Catete (RJ), onde se encontrou com mulheres da RedeNami e a artista Panmela Castro, visitou a Escola Olodum, em Salvador, e passou seu aniversário (12) na ONG Pontas dos Pés e uma escola de samba. Para saber mais, sobre Malala leia o livro “Eu Sou Malala. A História da Garota que Defendeu o Direito à Educação e Foi Baleada Pelo Talibã”, da editora Companhia das Letras.

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