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Dilma pode cancelar viagem por causa da violação da soberania

BRASÍLIA – O ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e o chanceler Luiz Alberto Figueiredo disseram ontem durante coletiva de imprensa que estão aguardando uma declaração por escrito do governo dos EUA sobre a espionagem sobre a presidente Dilma Rousseff e alguns de seus assessores diretos, para se posicionar oficialmente sobre o caso. A chefe de Estado e os assessores foram alvos de espionagem em território brasileiro, a partir de escutas telefônicas, violação de dados e presença física de espiões no País. As denúncias foram feitas pelo programa Fantástico, no domingo. Ontem pela mahã foi realizada uma reunião de emergência com alguns ministros e como embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon.
Indignada, Dilma Rousseff cogita a possibilidade de cancelar a viagem oficial aos Estados Unidos programada para outubro caso o presidente Barack Obama não dê "respostas satisfatórias" sobre as ações de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional) que teriam atingido a presidente brasileira.
Dilma está não só "indignada", mas também "muito irritada", segundo assessores da área diplomática, porque sente-se "enganada" pelo governo norte-americano.
Afinal, quando surgiram as primeiras notícias sobre espionagem da agência americana no Brasil, os Estados Unidos garantiram que a atuação da NSA estava circunscrita a operações de "metadados", com cruzamentos de informações que seriam inclusive de interesse do governo brasileiro.
Ainda não há uma decisão final sobre a possibilidade de cancelamento da viagem de Estado, e o Palácio do Planalto espera que o presidente Obama explique de forma cabal e tome as medidas necessárias para contornar o "grande mal-estar" que foi gerado pela informação de que a presidente Dilma foi alvo direto da espionagem feita pela NSA, conforme reportagem do programa "Fantástico".
Oficialmente, o Palácio do Planalto informa que "esta possibilidade [cancelamento da viagem] não está na mesa" e não está em análise.
No governo brasileiro, a informação de que Dilma foi alvo da espionagem é considerado o "episódio mais grave" desde o início do vazamento de documentos secretos envolvendo a ação da NSA.
O Palácio do Planalto espera não ser obrigado a cancelar a viagem, prevista para o dia 23 de outubro, pois isso representaria uma crise diplomática. A expectativa é que a pressão brasileira sobre Obama dê resultado e o caso seja superado.

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