Cidades

Desastre de Mariana destrói mais de 660 quilômetros de rios

BRASÍLIA – O desastre ambiental provocado pelo rompimento da Barragem do Fundão, da Mineradora Samarco em Mariana (MG), no último dia 5 de novembro, atingiu 663 quilômetros de rios e resultou na destruição de 1.469 hectares de vegetação, incluindo Áreas de Preservação Permanente, mostra laudo técnico preliminar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No distrito de Bento Rodrigues, 207 das 251 edificações (82%) ficaram soterradas.

Os rejeitos de mineração formaram uma onda de lama que afetou diretamente 663 quilômetros no Rio Doce e seus afluentes, chegando ao oceano, no município de Linhares, no Espírito Santo, em menos de cinco dias. A lama avançou pelo rio com grande velocidade. No dia 21, alcançou o mar. Blocos de contenção foram posicionados na foz do rio para controlar o impacto ambiental da chegada da lama ao mar, no entanto os rejeitos avançaram pela barreira deixando enorme mancha no mar do Espírito Santo.

FATORES
Segundo o Ibama, não é possível dizer se a mancha aumentou ou diminuiu nos últimos dias. “Existem vários fatores que influenciam o tamanho da pluma que é vista na superfície, tais como vento, correntes, vazão do rio, chuva e até mesmo a metodologia utilizada para fazer a medição. Sabe-se que ainda há lama descendo o rio. A quantidade de material em suspensão na foz é variável” informou a assessoria do órgão.
O aumento da turbidez da água, e não uma suposta contaminação, provocou a morte de milhares de peixes e outros animais. Ainda de acordo com o Ibama, das mais de 80 espécies de peixes apontadas como nativas antes da tragédia, 11 são classificadas como ameaçadas de extinção e 12 existiam apenas lá.

EM CURSO
Ainda não é possível afirmar como será o processo de recuperação, pois o desastre está em curso. O Ibama monitora os parâmetros de qualidade da água e avalia que espécies foram mais atingidas. Para o instituto, mais importante que a recuperação da água é a recuperação dos ecossistemas afetados. Trata-se de avaliação complexa e que está em andamento. O Ibama produzirá um laudo com informações atualizadas após o fim do lançamento de rejeitos.
A destruição de Áreas de Preservação Permanente ocorreu no trecho de 77 quilômetros de cursos d’água da barragem de Fundão até o Rio do Carmo, em São Sebastião do Soberbo (MG). Os impactos no ambiente marinho não foram avaliados até o momento.

Copasa retoma captação no Rio Doce em Tumiritinga

(DA REDAÇÃO) – Em nota divulgada ontem, a Copasa informou que irá retomar a partir de hoje (7) a captação de água no Rio Doce para abastecimento público, em Tumiritinga; distrito de Quatituba, em Itueta, da cidade de Itueta. No caso de Itueta, a Companhia continuará a captar, de forma alternativa, água no Rio Manhuaçu.
“A Companhia realizou testes com a água do Rio Doce e comprovou sua potabilidade. Sendo assim, a Copasa reafirma que a água fornecida para a população atende aos parâmetros de qualidade requeridos pela legislação”, diz o comunicado.

A Cia de Saneamento disponibilizou um número 115 para ligações de quem desejar obter mais informações. “A Copasa confia no diálogo e reforça sua missão: trabalhar pela saúde e qualidade de vida da população de Tumiritinga”, conclui a nota.

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