Policia

Deputado critica a omissão do Judiciário

BH – O repórter-fotográfico Walgney Assis Carvalho, freelancer do jornal “Vale do Aço”, foi morto a tiros no começo da noite deste domingo, 14 de abril. O crime foi nas proximidades de um pesque-pague, no bairro São Vicente, em Coronel Fabriciano.
A execução de Walgney Carvalho ocorre exatamente 37 dias depois do assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Os dois trabalhavam sempre em conjunto antes mesmo de Neto ser contratado para voltar ao impresso.

QUEIMA-DE-ARQUIVO
Segundo o deputado Estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, há indícios de que Carvalho recebeu informações sobre a morte de Rodrigo Neto e teria sido assassinado como queima-de-arquivo. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia vai realizar uma nova Audiência Pública em Ipatinga, no início de maio, para pedir rigor e agilidade na apuração dos dois casos.

JUDICIÁRIO
Para Durval, a Justiça Penal de Ipatinga é conivente com os policiais envolvidos nos crimes que o jornalista Rodrigo Neto havia denunciado. Segundo Durval, juízes do Vale do Aço não concederam nenhuma prisão preventiva a policiais acusados de envolvimento com o crime organizado. “Existem juizes que têm medo dos policiais, outros são escoltados pelos próprios policiais denunciados”, afirmou.

Segundo Durval, já foi pedido ao Ministério Público que encaminhe todos os inquéritos envolvendo policiais ao Conselho Nacional de Justiça. “Hoje o Vale do Aço é o império da bandidagem e da criminalidade e não da lei, e nós podemos ter mais mortes no Vale do Aço!”.

RODRIGO NETO
O jornalista Rodrigo Neto de Faria foi assassinado no dia 8 de março, em Ipatinga, com três tiros. A principal hipótese é a de que ele tenha sido morto devido ao trabalho que realizava como jornalista investigativo na Rádio Vanguarda, denunciando chacinas e mortes supostamente cometidas por um grupo de policiais da região.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia já realizou duas Audiências Públicas para acompanhar o caso. O deputado Durval Ângelo e a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, estiveram no 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga, em 19 de março, para obter informações e solicitar agilidade na apuração dos responsáveis. Entretanto, até agora não foram indicados os autores do crime.

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