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Demóstenes diz que sua conduta política é limpa

O senador goiano tem feito uma série de discursos em sua defesa, tentando evitar a cassação do mandato    (Crédito: Wilson Dias/ Abr)

 

BRASÍLIA – No segundo discurso do dia, em um plenário vazio, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), disse que não há nenhuma prova ou diálogo gravado pela Polícia Federal que desabone a sua conduta política.
“Em quatro anos de escutas, 250 mil horas de gravações, e em nove anos e meio de mandato, milhões de reais destinados a emendas, não se encontra o menor desvio deste senador”. Ele acrescentou que foi criticado por ter aparecido em centenas de gravações feitas na Operação Monte Carlo e perguntou: “Em qual desses diálogos apareceu este senador desviando dinheiro ou cometendo qualquer afronta aos cofres públicos ou privados? Graças a Deus, não há nenhuma imputação quanto a verbas públicas e privadas, não há nada que implique nódoa à minha consciência ou minha biografia.”
A série de discursos feitos por Demóstenes nesta semana fez parte da estratégia do senador de tentar evitar a cassação de seu mandato. O julgamento do processo está marcado para a próxima quarta-feira (11) no plenário do Senado. Para cassar o mandato de Demóstenes, são necessários 41 dos 81 votos dos senadores. A votação é secreta.
Nas votações abertas no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Demóstenes sofreu duas derrotas. O parecer que pede a cassação do seu mandato recebeu apoio unânime dos dois órgãos do Senado.
No segundo discurso feito hoje, Demóstenes procurou enfatizar sua vida particular e disse que o seu patrimônio foi conseguido “depois de décadas de trabalho”, e não com benefícios devido ao cargo. “Nasci em 1961, estou com 51 anos, vou terminar de pagar meu único imóvel quando estiver com 80 anos de idade. Essa é a história do meu patrimônio depois de décadas de trabalho”, disse o senador.

DEPRESSÃO
“O que mais tenho mesmo são discos. Tinha também muitos livros, mais de 5 mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para instituições públicas de Goiás”, completou.
Demóstenes disse ainda que passou a ter depressão após as denúncias. “A depressão que me invadiu nesse episódio dos ataques à minha honra me impede de ler e ouvir música, os dois maiores prazeres de que desfruto. A depressão é uma doença grave, mas nem de longe é meu principal problema. A questão número 1 é a injustiça”, reclamou.
O senador reiterou que é vítima de calúnias e citou vários ministros e ex-ministros que podem “atestar” sua boa conduta na vida pública.

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