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Damares chama coletiva, fica em silêncio e provoca reações

BRASÍLIA – A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos chamou jornalistas para uma coletiva de imprensa. No entanto, na ocasião, não falou nada e saiu sem responder perguntas. A assessoria de imprensa de Damares afirmou que o “objetivo era mostrar como o silêncio da mulher incomoda”, como parte da campanha “Você Tem Voz”, para o enfrentamento à violência contra a mulher.

EXPLICAÇÃO

Logo após a pantomima, a própria ministra gravou uma live para explicar seu silêncio e disse que convocou a coletiva para mostrar aos repórteres que a mulher não pode ficar em silêncio um minuto. “Eu queria dizer para os repórteres que não podemos tirar a voz de nenhuma mulher. A mulher não pode ficar em silêncio. Eles [repórteres] ficaram em silêncio, tuitando, sem saber o que eu queria falar. Eu queria exatamente ficar em silêncio para dizer para eles que nenhuma mulher pode ficar sem voz no Brasil”. Em seguida a ministra exortou: “Bora! Você que está sendo vítima de violência, ligue agora para 180. É no nosso ministério, nós vamos atender você, mulher cigana, ribeirinha, indígena que está sofrendo algum tipo de violência, ligue para nós. E finalizou: “Você tem voz, você tem uma ministra e um presidente que deu ordem: acabou a violência contra a mulher no Brasil”.

CRÍTICAS

O ato repercutiu nas redes sociais. Mas o resultado foi outro daquele pretendido pela ministra. Como se tratava do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, e o Brasil amarga índices inaceitáveis nesse quesito, as críticas foram no sentido de que a ministra não tinha nada a dizer sobre o assunto.

O ex-deputado Chico Alencar, por exemplo, alfinetou: “O que a ministra Damares Alves diz? Nada. Governo Bolsonaro NÃO tem nenhuma política pública voltada para mulheres. Quando o silêncio diz tudo nada mais precisa ser dito”.

Para a jornalista Tatiana Dias “enquanto a ministra brinca de encenar, casos de feminícidio seguem crescendo. Continuamos sem poder discutir gênero e masculinidade tóxica na escola, e seu governo misógino continua no delírio de achar que o problema é o feminismo. Mais um dia na nova era”, comentou.

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