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Crise exige resiliência da indústria, diz especialista

(Crédito: Divulgação)

 

IPATINGA – Emprestado da física, o conceito de resiliência, a capacidade de determinado material, sob algum tipo de pressão, acumular energia e voltar ao estado natural, tem conquistado o mundo empresarial. As grandes habilidades do empreendedor são desenvolvidas em períodos de dificuldades. A história comprova que os tempos de bonança são interrompidos pelas tempestades. “A indústria precisa desenvolver resiliência. E essa é uma qualidade que só pode ser testada e desenvolvida na crise”, alertou o professor e consultor de empresas, Luiz Maia, em palestra na quinta-feira (11), na sede da Fiemg Regional Vale do Aço, em Ipatinga.

ASSOCIATIVISMO

O encontro marcou o Dia do Empresário da Indústria, evento do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), uma iniciativa fruto da parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sistema Fiemg. Maia defendeu o associativismo como a principal ferramenta para enfrentar períodos de incertezas, como o que passa o País e o mundo. Segundo ele, um dos erros cometidos por muitos empreendedores é viver com base no passado, sem se preparar para o novo. “Temos a tendência de fazer avaliações e perspectivas com base nas experiências anteriores. Essa estratégia é sujeita a riscos, porque cada ciclo econômico traz novidades”, explica.

FREIO DE ARRUMAÇÃO

O especialista considera o momento de desaceleração atual como pouco traumático. “O que a gente observa é que a renda média do trabalhador não caiu, ela parou de subir, porém vinha subindo há 10 anos. As taxas de desemprego continuam baixas”, pondera. Ele utiliza a expressão “freio de arrumação” para classificar o momento, que está longe de ser assustador.

A atividade empresarial lida o tempo todo com situações que não podem ser previstas. “Apesar do nível de descontentamento que vivemos nas ruas, não há recessão no país. A maioria dos analistas e das grandes empresas está revendo suas taxas de crescimento e as expectativas para 2013. Contávamos com um ano de aceleração, mas o empresário brasileiro tem um histórico de batalhas vencidas”, afirma.

TECNOLOGIA
Do ponto de vista de perspectivas de negócios, muitos setores estão investindo em tecnologia, isso apesar da importação de máquinas e equipamentos. “Mesmo as questões negativas trazem oportunidades, neste caso, o da incorporação de tecnologia”. O cenário seria, então, rico para quem de fato tem o espírito empreendedor.

O mercado seleciona os fortes. “Muitos têm o gás inicial e conseguem se lançar, mas falta resiliência, a capacidade de se preparar para os períodos mais duros e de desenvolver mecanismos de proteção interna”.

Se a legislação trabalhista é extremamente arcaica no Brasil, existem muitos pequenos negócios que conseguem prosperar com um quadro inicial de funcionários enxuto, deixando seus empregados nas atividades fins e terceirizando vários setores, como TI, RH e serviços jurídicos, por exemplo. “É uma maneira de lidar com um ambiente difícil e amadurecer as habilidades empresariais”.


Um público composto de empresários da indústria participou da palestra na Fiemg

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