Cultura

Corredor ecológico ajuda a preservar fauna e flora

(RELICTOS) – A área do Corredor Ecológico Sossego-Caratinga abrange remanescentes de Mata Atlântica que formam um eixo de ligação entre as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Mata do Sossego – no município de Simonésia – e Feliciano Miguel Abdala – em Caratinga.

Estas reservas estão localizadas no leste de Minas Gerais e representam locais de proteção do maior primata do continente americano e o maior mamífero endêmico do Brasil, o Brachyteles hypoxanthus, de nome popular Muriqui-do-Norte ou Mono-Carvoeiro. Este primata consta da atual Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

FAUNA E FLORA
Estima-se que entre 700 e 1000 muriquis-do-norte vivam nos remanescentes florestais de Minas Gerais e Espírito Santo. Em Minas Gerias, a ocorrência destes primatas foi confirmada em apenas dez remanescentes de mata, refletindo o estado de ameaça de B. hypoxanthus e a degradação de seu habitat natural.

Ao conectar essas duas reservas por meio de ações de recuperação de áreas estratégicas, como nascente e áreas de preservação permanente, além da contribuição para a conservação do Muriqui-do-Norte, o corredor verde que se formará dará suporte também à conservação de diversas outras espécies da região, tanto de animais quanto de plantas. Soma-se a isso a importância dessas ações para melhoria da matriz da paisagem local, a partir da adequação ambiental das propriedades inseridas no Corredor. A solução final do planejamento trará ainda benefícios para as atividades econômicas praticadas na região e melhoria da qualidade de vida da população local.

CORREDOR ECOLÓGICO

Um corredor ecológico é uma área de grande importância biológica, composta por áreas naturais imersas em uma matriz com variados graus de ocupação humana e diferentes formas de uso da terra, onde um manejo integrado permite a sobrevivência de espécies, a manutenção de sistemas ecológicos e evolutivos, a preservação de serviços ambientais e o desenvolvimento de uma economia regional forte, caracterizada pelo desenvolvimento sustentável.

Os corredores ecológicos devem permitir a manutenção dos processos ecossistêmicos (polinização, dispersão de sementes, ciclo hidrológico, ciclagem de nutrientes, entre outros) que asseguram, a longo prazo, a manutenção da biodiversidade e a manutenção do intercâmbio genético entre as espécies de fauna e flora presentes na paisagem. Critérios técnicos como espécies-chave, tamanho e número de áreas protegidas, tipos de uso do solo, representatividade das comunidades bióticas, ecossistemas e habitat, presença de espécies ameaçadas e endêmicas são utilizados para a definição dos corredores ecológicos (MMA et al. 2006).

ESTRATÉGIA
A criação de corredores ecológicos apresenta-se como uma estratégia bastante interessante para maximizar o tamanho dos fragmentos de vegetação natural. Mais do que atuar como corredores de vida silvestre, os corredores ecológicos representam um esforço para proteção de paisagens, processos ecológicos e diversidade biológica, por um prazo muito mais longo.

Esse novo conceito tem sido defendido por diversos pesquisadores, que identificam um corredor ecológico como uma rede de áreas de proteção integral, como os parques e reservas, e outras de uso mais intensivo, gerenciadas de maneira integrada, de forma a garantir a sobrevivência do maior número possível de espécies de uma região (CABS e IESB 2000).

O objetivo desses corredores é unir fragmentos de vegetação nativa com outros de intensidade de uso moderada, criando áreas grandes o bastante para a sobrevivência e perpetuação de espécies a longo prazo. (Fonte: http://www.biodiversitas.org.br)


Estima-se que entre 700 e 1000 muriquis-do-norte vivam nos remanescentes florestais de Minas Gerais
e Espírito Santo

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