Cidades

Conselho da Usiminas confirma aumento de capital de R$ 1 bilhão

CRÉDITO: Arquivo DP

IPATINGA – A Usiminas receberá um aumento de capital de R$ 1 bilhão, conforme proposta aprovada hoje pelo Conselho de Administração da siderúrgica mineira. Não houve, no entanto, unanimidade por parte dos conselheiros, sendo que os representantes da Ternium, que controla a Usiminas ao lado da Nippon Steel, votaram por um aporte menor.

AÇÕES
Além desse aumento de capital, o conselho aprovou a emissão de 50,6 milhões de ações PNA ao preço de R$ 1,28, o que, a depender da adesão, poderá levantar mais R$ 65 milhões. Com isso, a injeção de capital poderá alcançar R$ 1,065 bilhão. Hoje a ação PNA fechou a R$ 2,02, com queda de 4,27%.
Agora, disse uma fonte, o arranjo societário da companhia dependerá de quais acionistas acompanharão o aumento de capital. A Nippon Steel já se comprometeu a colocar sozinha esse valor. O Broadcast apurou que a defesa da Ternium era por uma capitalização menor, da ordem de R$ 500 milhões.

LIMINAR INDEFERIDA

Pela proposta aprovada ontem, colocada à mesa pela Nippon Steel, o aumento de capital de R$ 1 bilhão considera apenas a emissão de ações com direito a voto. A Ternium poderá ser também diluída caso não acompanhe esse aumento de capital.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), maior acionista fora do bloco de controle da Usiminas, com uma fatia de cerca de 14% do capital votante, entrou com um pedido de liminar para suspender o aumento de capital, sob a alegação de que iria diluir os acionistas. No entanto, o pedido foi indeferido.

MINERAÇÃO
Uma fonte disse que a Mineração Usiminas (Musa), que detém grande parte do caixa hoje da Usiminas, irá liberar entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões para a Usiminas após a capitalização. A subsidiária tinha ao final de dezembro um caixa de R$ 1,3 bilhão. A Usiminas tem uma fatia de 70% na companhia e a japonesa Sumitomo o restante.

ENDIVIDAMENTO
Uma injeção de capital vem sendo apontada como fundamental para que a empresa saia do caminho de uma recuperação judicial. No final do ano passado, a Usiminas tinha uma dívida bruta de R$ 5,9 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão com vencimento neste ano. Uma parte dessa dívida que vence agora, em março, disse uma fonte, é da própria Nippon. Segundo as demonstrações financeiras da companhia, os vencimentos neste ano estão nas mãos de BNDES, Banco do Brasil e Santander, além da própria Nippon.

ADIAMENTO
Assim, com o caixa muito perto do fim, mesmo com a decisão pelo aporte, a Usiminas terá que negociar já na semana que vem um acordo para adiamento das cobranças, chamado de ‘standstill’, o que se torna necessário diante da falta de tempo hábil para a estruturação do aumento de capital. Os bancos vinham cobrando um aumento de capital para renegociarem as dívidas, segundo fontes.

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